Um dia, jovem adolescente passei pela montra de uma sapataria e deixei cair os meus olhos num par de sapatos de camurça castanhos. Namorei aquele par de sapatos, vezes sem fim. Possivelmente em casa referi o assunto de que teria necessidade de comprar uns sapatos e que tinha vistos uns de que gostava muito. Nessa época meus pais viviam com grandes dificuldades financeiras, mas meu pai acedeu em ir comigo àquela sapataria na rua central da cidade. Quando lá chegamos, os meus olhos já sabiam de cor a localização dos sapatos e todo o cenário da montra, uma larga vitrina onde do lado esquerdo estavam os sapatos para homens e do lado direito os sapatos e carteiras de senhora.
Perguntei entusiasmado a meu Pai: São bonitos, não são? Ao que meu pai respondeu: são e amanha vamos a um senhor que vende sapatos e que eu conheço muito bem.
No dia seguinte lá fui com o coração cheio de alegria acompanhado de meu pai. Ao chegarmos deparei com um homem que vendia calçado nas feiras e que me mostrou dezenas de sapatos…mas nenhum era igual aos da vitrine daquela rua comercial. Meu pai conseguiu convencer-me de que aqueles sapatos eram muito parecidos e eu de lá vim com aquela imitação grosseira. Saí meio triste, meio contente, porque à altura desconhecia aquela história daquele rapaz que estava muito triste porque não tinha dinheiro para comprar uns sapatos, quando de repente viu um coxo…
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