quarta-feira, 31 de outubro de 2012

PNL e Objetivos (parte II)

________________________________________________________
Revista mensal online de Programação NeuroLinguística
Ano 2 – Nº 10, NOVEMBRO 2012
PNL e objetivos (parte II)
________________________________________________________

Não basta pegar e ler um livro ou seguir uma formação e ouvir sobre uma receita para atingir o sucesso e a felicidade. Uma boa receita de cozinha só funciona no contexto próprio: na cozinha. Quando se trata de seres humanos de carne e osso, com produtos químicos a circular no seu corpo e que ultrapassam as experiências de laboratório e atingem as subtilidades de sensações para as quais as palavras são inadequadas, a coisa torna-se menos fácil. Tudo começa a tornar-se interessante para mim quando sai do campo linguístico motivacional, das experiências superficiais e das promessas utópicas de soluções rápidas, e sem cair, por outro lado, em extremismos teóricos. Tendo em conta estas premissas, o que podemos acrescentar agora sobre Objetivos?


Resumo “PNL e Objetivos” de junho de 2012
(clique aqui para ler "PNL e Objetivos (parte I")

PNL começa pela abordagem do que se quer no futuro. É o que pode dar maior garantia para chegar a qualquer parte. PNL é uma metodologia direcionada a soluções. Daí a concentração nas ferramentas e em toda a sua tecnologia para facilitar a mudança. E por isso começa, em geral, por definir as condições para maior sucesso na obtenção dos fins. O estudo da nossa estrutura e estratégia mental de funcionamento tem como objetivo aplicar essas regras na realização do que nos propusemos alcançar.

Sempre que desejamos qualquer coisa deparamo-nos com o tema da motivação. Daí a importância que é dada em PNL à questão das convicções e dos valores. Imediatamente somos confrontados com o problema fundamental: muitas vezes queremos e não queremos! Há valores em conflito que nos consomem as energias e se afiguram como blocos impedindo a realização de objetivos seguidos de toda uma trama consequente de conflitos interiores e intranquilidade com resultados de ordem psicossomática.

Outro aspeto neste assunto dos objetivos consiste no seguinte: a origem de batermos com a cabeça contra a parede reside no facto de não querermos bater com a cabeça contra a parede. Quer dizer, o ser humano, por razões de sobrevivência, está mais concentrado no perigo e do que não quer, do que em atingir os objetivos que quer. O que faz que seja mais fácil realizar-se o que não queremos. A tomada de consciência e aceitação deste processo natural da vida (a focalização no perigo, na dor, é talvez mais funcional que todas as tentativas desesperadas de não pensar nisso e esforçar-se desesperadamente por ter pensamentos positivos).

Em última instância, no meu entender, o perigo não reside no pensamento negativo em si. O perigo reside em levar qualquer pensamento a sério! Esquecermo-nos de que pura e simplesmente se tratam de pensamentos… A consciência disto dá-nos flexibilidade e ajuda-nos a atingir o que realmente queremos de forma muito mais fácil.


Um modelo já clássico, o SMART

Muito conhecido no mercado, para definição de objetivos, é o modelo SMART. Já tenho encontrado as diversas letras com diversas interpretações mas em grandes linhas, por ordem, referem-se ao seguinte:

Objetivos eSpecíficos: claros em relação ao que, quando e como a situação deverá mudar ou sobre o que se quer;
Mensuráveis: muitas vezes traduzidos na capacidade de identificar alvos e benefícios;
Atingíveis: referindo-se à capacidade de realizar os objetivos, ao conhecimento dos recursos e das competências à disposição;
Realísticos no que diz respeito ao nível de mudança refletido no objetivo;
Temporizados, quer dizer, definidos no período no qual os objetivos devem ser alcançados.

Pessoalmente não gosto do “realista” nem do “atingível”. As palavras em si, no meu modelo do mundo, sempre me causaram enfado e inércia. Para além de que definir de antemão algo inatingível é, em termos de PNL, uma crença limitadora, e como todas as crenças, uma profecia auto realizável. Mas também já ouvi quem traduzisse o A por “ambicioso”. Parece-me mais motivador.

Se encontrar para cada letra um significado que possa despertar em nós recursos ilimitados, então talvez seja ótimo empregar SMART como mnemónica.


O modelo de Bandler e Grinder

O que diz a PNL sobre objetivos? Não é fácil responder de forma simples pois toda a PNL gira à volta de definir e realizar objetivos.

No respeitante à definição de objetivos é normal falar-se das cinco condições básicas que já foram formuladas na revista de junho sobre este tema:

A definição do objetivo deve ser feita em termos do que se deseja na medida em que uma formulação negativa cria automaticamente uma representação mental do que se não quer, aumentando assim as possibilidades de se receber de presente precisamente aquilo que se não quer.
Deve ter provas de evidência e daí a necessidade de formulação em VACOG (em termos sensoriais). Deve estar contextualizado (onde e quando se quer atingir o objetivo).
É necessário, para além disso, que esteja sob controlo próprio (subdivida-o, investigue os impedimentos que geralmente são constituídos por convicções limitadoras; se necessário procure alguém que já tenha atingido o que você quer atingir e modele-o).
Finalmente, é importante que o objetivo seja ecológico, quer dizer, não tenha consequências indesejadas para si ou para o meio à sua volta.


Sobre “significado”

Muitas vezes não estamos conscientes que qualquer objetivo retira o seu significado de um objetivo mais abrangente. Se uma pessoa quer um título universitário, fazer uma viagem, comprar um novo carro, casar-se e ter filhos, publicar um livro, seja o que for, o significado reside para além da meta que se propôs atingir.
Se não for esse o caso, a pessoa, ou não se encontra suficientemente motivada ou fica rapidamente desiludida após a realização do que se propôs e parte sôfrega para um novo plano. A sociedade de consumo tem os seus alicerces neste fenómeno.

A falta de consciência do objetivo maior pode também levar a pessoa a um investimento numa área que acarreta um esforço desnecessário.  


Mais uma vez, a questão dos valores

Aquilo que nos move é o desejo de realizar significados que nos dão prazer ou evitar o que nos possa causar dor. Em PNL falamos de "valores". Atingir objetivos é realizar valores, os quais estão organizados de forma hierárquica. Há sempre algo maior e mais importante a atingir, o que nos facilita a vida, pois assim podemos estabelecer prioridades. O problema põe-se quando dois valores têm o mesmo significado emocional impedindo uma escolha, ou quando um valor é o reflexo de um passado traumatizante que nos leva a direcionarmos a nossa vida para o que não queremos que nos volte a acontecer, o que desgasta energias e favorece o padrão de realização daquilo que precisamente se não deseja.

A inconsciência destes processos mentais que nos movem, acarretam prejuízos psíquicos e físicos enormes. Sentimos contradições no que desejamos ou esforçamo-nos até à exaustão para realizar o que pensamos que queremos ou ficamos paralisados por não saber para onde queremos ir. E, ainda por cima, carregamos muitas vezes às costas objetivos, significados, valores, que sentimos que não são verdadeiramente nossos.


As preferências naturais

Para além dos valores, outro aspeto de que talvez ainda tenhamos menos consciência, são as nossas preferências naturais. Se eu escrevo com a mão direita, certamente que posso aprender a escrever com a esquerda. Mas para quê esta perda de tempo, esforço e desgaste?

Para saber o que quero e como o posso atingir de forma mais fácil e em que me sinta em harmonia comigo, é necessário conhecer se sou uma pessoa de ação ou dou preferência à reflexão; se gosto de trabalhar sozinho, numa equipa ou como líder; se me interesso mais por pessoas, coisas ou sistemas; se dou a preferência a ideias, grandes linhas e planos ou detalhes; se me oriento mais por mim ou tenho tendência a ter em conta os outros; se me sinto mais confortável em atividades planeadas ou lido melhor com o imprevisto; se decido com mais facilidade racionalmente ou prefiro ter em conta a sensação, etc.

Falamos aqui do que chamamos “metaprogramas”. Os metaprogramas e os valores estão na base dos objetivos que desejamos. O sucesso da sua realização depende do nosso grau de congruência tanto com os valores como com os nossos metaprogramas naturais.


O que quero realmente na vida

A pessoa que sabe o que anda cá a fazer, que conhece a sua razão de estar no mundo, possivelmente até não precisa desesperadamente de muitas técnicas de formulação de objetivos, nem de ler muitos livros de autoajuda e frequentar obstinadamente cursos. Ela acaba por encontrar mais facilmente o seu caminho.

O importante é poder responder mesmo à pergunta: - Porque é que estou aqui ou qual é o meu significado de vida? Isto é o essencial e então, a partir daqui, todas as ferramentas só nos podem facilitar ainda mais o caminho. A dificuldade reside muitas vezes em encontrar esse objetivo último a partir do qual possamos definir os principais campos onde nos concentrar e as coisas a realizar que possam obedecer à nossa própria definição de sucesso e significado.


A pergunta milagre

Steve de Shazer (1940-2005), que desenvolveu a terapia focada nas soluções, criou no começo dos anos 80 a chamada pergunta milagre. Não só a terapia breve desenvolvida por Shazer, como sobretudo esta pergunta, são utilizadas frequentemente por muitos praticantes de PNL:

-Imagine que, depois de um dia de atividade, vai para a cama. Enquanto dorme acontece algo de estranho e especial. E claro, como está a dormir não nota o que se passa. Enquanto dorme acontece um milagre, pelo qual todos os problemas com que se depara neste momento estão resolvidos. Sabendo que não conhece o que aconteceu, o que há de diferente, de manhã ao acordar? Como se dá conta que aconteceu um milagre? Se filmássemos o milagre e o comparássemos com a situação antiga, o que notaria de diferente?

Muito facilmente se pode adaptar esta pergunta aos objetivos de vida.


Mais formas para descobrir o que se quer

Esta pergunta milagre faz-me lembrar a lâmpada de Aladim. Peça ao génio da lâmpada, não que realize, mas que lhe revele a sua razão de ser. Esfregue a lâmpada. Ouça resposta.

Há uma metáfora macabra que se utiliza muito como ajuda para encontrar a razão por que está aqui. A pergunta é: - O que gostaria de deixar escrito na sua lápide?

Mais simpática é a metáfora do museu, de John Strelecky (1969-), autor de “The Big Five For Live”:
- Imagine que no fim da sua vida é mandado erigir um museu em sua memória. É um museu em que se pode ver tudo o que você fez na sua vida. Um museu cheio de salas. Há uma sala para cada dia da sua vida. Acha que será um museu interessante que vai atrair muita gente? Ou é um museu altamente aborrecido em que cada sala é igual à outra?

Muito conhecido é o modelo dos níveis (neuro)lógicos de comunicação da PNL. Qualquer resultado, ação, meta, projeto, comportamento, é determinado e encontra o seu significado no mais alto nível lógico, chamada a missão ou espiritualidade. As perguntas aqui são:
- Para quê? Com que fim?


O que oferece a PNL

Disse acima que toda a PNL é sobre objetivos. Na verdade. Ela oferece-nos modelos para descobrirmos, não só como fazemos o que fazemos (por exemplo: modelo de comunicação, níveis neurológicos, sistemas de representação, submodalidades, estratégias), quem somos e o que queremos (valores e convicções, partes, metaprogramas, história pessoal, etc.), como formular o que queremos (TOTE, chaves de formulação de objetivos, ecologia…), assim como ferramentas para realizar o que queremos (mapping across, âncoras, reenquadramentos, posições percetivas e rapport, modelagem, terapias na linha do tempo, instalação de objetivos e pontes para o futuro, etc.).


À maneira de conclusão

Espero que estes dois artigos que publiquei sobre objetivos, o de junho e o de agora, nos tenham inspirado. Que tenhamos podido encontrar algo que nos ajude, se ainda não o fizemos, a traçar o caminho que nos leva à realização do que é verdadeiramente fundamental para nós. Ou que nos tenha ajudado a prosseguir no caminho que já traçámos…

Pode haver tempestade,
a força do mar pode galgar os diques,
a estrada estar inundada
e o objetivo, por agora, parecer inalcançável…
Pode haver seca
e a sede fazer com que as palavras
fiquem presas na garganta
e fogos ateados circundantes a atemorizar
a fragilidade dos esquilos…
Podemos imaginar carrascos barrando-nos o caminho
ou até ficar cegos pela luz do sol estonteante nos areais do deserto…
A bússola pode estar perdida
e as estrelas apagadas
mas nunca aconteceu que um dia não se seguisse à noite…
Nunca aconteceu que, inesperadamente,
não nos encontrássemos perante uma janela aberta!

J. F. (30/10/2012)


Agenda


Tertúlia - 5 Novembro
Introdução à PNL - 26 e 27 janeiro
Practitioner
Panorama Social - 20 a 24 março
Practitioner de verão - 1ª quinzena agosto
 
Esclarecimentos: contacte-nos ou visite www.pnl-portugal.com
informações adicionais: 965542777 / 918541233
info@pnl-portugal.com

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Era uma vez...

Era uma vez uma vez em que esperou a vez
para poder dizer a si mesmo que era a sua vez.
E quando chegou a sua vez
não teve coragem para enfrentar a vez que lhe cabia.
E ficou à espera da próxima vez.
E quando ela veio já a sua vez tinha passado
e perguntou-se a si mesmo mais uma vez
se haveria uma próxima vez.
Há sempre uma próxima vez, - disse o ancião especialista no estudo das vezes.
A questão é se na próxima vez
diz e faz o que quer dizer e fazer
quando chegar a sua vez, no momento preciso da sua vez,
até mesmo antecipando-se à vez do outro
ou no momento exacto da sua vez.
Porque passada a sua vez pode ser tarde demais.
Porque, como o ancião diz, há sempre uma próxima vez,
mas essa vez, se calhar, já deixou de estar ao seu alcance
pelo simples facto do padrão estabelecido: adiar a vez.
Quantas vezes terei ainda a oportunidade para aproveitar esta vez?

J.F. (Maio 2004)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Poema

Olhei... olhei...
O que viram os meus olhos?
A primeira coisa que me pareceu,
é que era mim e eu.

Ken Wilber

Deixar de roer as unhas (uma receita brasileira)

Esta técnica, não sei onde a encontrei precisamente. É como muitas técnicas em PNL, umas sobrevivem, outras passam ao esquecimento.Experimentem e digam-me se vale a pena.
1. Relaxe com uma boa musica e viaje "sonhando acordado" ou "acordada". Imagine que é um jardineiro ou jardineira e está a cuidar das plantas, mete as mãos na terra, e ao levantá-las verá saindo de dentro das unhas uma minhoca bem suja e detritos de toda natureza vindos do solo.
2. Com os olhos fechados mete os dedos na boca, sente aquela "coisa" mole na sua língua, nos seus dentes e a ir em direção à sua garganta....

3. - Jesus, diz você. Nunca mais vou roer as unhas, vou cuidar bem delas, cada vez mais lindas!

Ensaio sobre o "Desejo"

Não sei onde originalmente a li, não sei onde a ouvi, sei o que senti.
Tenho-a escrita num pequeno caderno
onde recolho frases, citações, poemas,
que vou encontrando pelo caminho.
É a história de uma menina, menina apenas,
levando consigo o arsenal imenso
da sabedoria inocente:


A menina pergunta ao sábio:
- Como se chama o Desejo? Que nome tem?
Depois de uma longa viagem de busca intensa,
o sábio respondeu-lhe:
- O Desejo é aquilo tu mesmo chamas,
o Desejo é aquilo que te chama....
E o seu Nome? Só tu Lho podes dar.
Às vezes há um clarão que te assombra
e que te faz ficar quieta, em silêncio,
e, às vezes, faz com que tu avances.
Só te posso dizer uma coisa:
- Seguir o nome do Desejo
significa...
... chegar a casa.

Sobre Estratégias e Fins

    
Primeiro, como diz Bandler, é preciso chegar ao ponto de dizer:
- Basta! 
E depois, se queremos VERDADEIRAMENTE
realizar o Nosso Objectivo,
mesmo que não saibamos como,
acabamos por encontrar a maneira.

A vida é bela: hoje aconteceu qualquer coisa especial!

Tem a ver com a minha estadia em Portugal, há mais de 12 anos, realizando a minha missão, espalhando a PNL neste país. Dando origem a diversas das atividades que hoje de norte a sul têm lugar.

O que me tocou tem a ver mais exatamente com este blogue que nasceu em 2004. O que muito poucos sabem é que houve um blogue antes deste, que deu origem a este meu blogue atual.
De repente reparei com publicações neste meu blogue antigo em que colaboraram ativamente diversos cursistas meus. Um curso para practitioners com 7 cursistas, em 2004. Fizemos de tudo juntos, Tonny Robbins em Londres, salto sobre vidros, atravessar tábuas, passeio sobre o fogo, salto de paraquedas e criámos o blogue: http://pnl-sevenup.blogspot.pt

Foi um texto especial que, de repente, estava na minha frente. Foi este: “Como a vida pode ser bela”- http://pnl-sevenup.blogspot.pt/2004_05_01_archive.html#108383837453078205

Os nossos cursos


Uma técnica para comunicação direta com o inconsciente

O inconsciente trabalha com muito mais variáveis que o consciente. Tem muito mais informação que a mente consciente para poder responder a uma situação complicada.

Se quer considerar a resposta do inconsciente nas suas decisões, pode utilizar um pêndulo.

1. Segure o fio do pêndulo entre os dedos e peça claramente ao pêndulo para lhe mostrar o movimento “sim”. Faça o mesmo para o movimento “não”. A resposta é tanto mais pura quanto a mente consciente estiver livre de pensamentos e tranquila.
2. Escreva a pergunta para a qual quer uma resposta de forma precisa e de modo que só permita uma resposta, ou sim ou não.

3. Segure novamente o fio do pêndulo tendo em mente a pergunte e deixe-se espantar com a resposta do pêndulo.
Pode acontecer que o pêndulo dê a resposta esperada, uma resposta inesperada e pode não dar resposta nenhuma. Parta do princípio que o pêndulo (o seu inconsciente) lá tem as suas razões.

J.F.

sábado, 27 de outubro de 2012

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Lidar com situações desconfortáveis

Memórias desagradáveis, receios, projeções negativas no futuro, sensações incómodas, etc…

 É relativamente simples, se não neutralizá-las totalmente, pelo menos aprender a lidar com elas de forma fácil. Há que ter em conta o seguinte:

Partir do princípio que são criações pessoais, interpretações e maneiras próprias de reagir ao mundo e tal como foram por nós imaginadas dessa forma, também as podemos imaginar de forma diferente.

A partir daí, e se tiver consciência de que o pensamento, entre outras coisas, é constituído por imagens, pode transformar as imagens:
 
1.       Imagine então a memória, cena, pensamento, a preto e branco, a girar de trás para a frente. Acrescente-lhe uma música de circo a acompanhar.

2.       Faça isso diversas vezes até rir de si mesmo. Pode colocar-lhe uma legenda crítica com caráter humorístico.

3.       Em lugar da situação antiga, faça agora um filme de si positivo, colorido, cheio de novas possibilidades.

Sucesso!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

O que podemos aprender dos génios?

Só há duas maneiras de viver a vida.
Uma delas é partir do princípio de que não existem milagres.
A outra forma é considerar que tudo é um milagre.
Albert Einstein

Encontre a sua missão na vida (em poucos minutos)


- O que quero verdadeiramente? Qual é o meu objetivo de vida?
- Escreva as respostas em palavras-chave
-Escreva, escreva, escreva… até que tenha uma sensação enorme dentro de si, algo que mais não pode controlar…algumas pessoas desatam a chorar…

- Possivelmente é essa a resposta.

A metáfora dos tigres famintos

Uma das mais misteriosas metáforas que li até hoje:
Um homem passeava por um bosque quando sentiu aproximar-se um tigre. Desatou a fugir perseguido pelo tigre esfomeado. Chegado à beira de uma encosta tropeçou, caiu numa ribanceira mas conseguiu agarrar-se ao tronco de uma árvore.
Em cima, o tigre esfomeado. Uns metros abaixo dos seus pés começam a juntar-se mais tigres. Para cúmulo surge um rato que começa a roer no tronco frágil a que se encontrava agarrado.
De repente o homem viu um maravilhoso morango ao seu alcance sobressaindo de um morangueiro que crescera nas rochas. Deitou-lhe a mão e meteu-o na sua boca. Saboreou-o com todo o seu ser. Era delicioso.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Os maiores

criação e execução pelo practitioner intensivo de verão (2012) no Estoril

Dicas para evitar e lidar com stress

Stress surge quando tensão e relaxamento estão em desequilíbrio. Há um período longo de desgaste excessivo de energias…

- Que fazer?

Foto de Mário Ferraz
* Há que transformar padrões desconfortáveis em padrões que produzam vitalidade e prazer.
* O grande impedimento reside aqui: as pessoas confundem as suas construções mentais, sempre imaginárias, como sendo verdades.
* O impedimento seguinte é este: não passa pela cabeça das pessoas que elas são, elas mesmas, responsáveis pelos seus pensamentos e sensações e muito menos que podem transformá-los.
* Mova-se, respire, coma e beba de forma saudável, descanse, durma o suficiente, passeie na natureza, concentre toda a atenção no que faz.
* Defina o que quer na vida, aquilo que acha que preenche o significado da sua existência.
* Depois estabeleça prioridades, planeie, mostre e defenda as suas fronteiras.
* Tome lugar à frente conduzindo o autocarro da sua própria vida.
* Não lute contra os seus sentimentos, se o fizer perde. Reconheça e aceite.
* É impossível sentir só desconforto. Reserve tempo para apreciar os momentos agradáveis, tome conta deles e não deixe que ninguém no mundo o iniba deles.
* Investigue minuciosamente as suas crenças sobre o que é capaz e sobre o que julga que você é.
Considere se essas crenças ajudam ou dificultam a vida. Pergunte-se: - Isto é verdade? Acredita mesmo nisso? Acredita mesmo?
* Tome como norma que não existem falhanços. Só há um momento em que se pode falar de falhanço: se não fizer disso um dos momentos mais preciosos de aprendizagem.
* Cumprimente-se, respeite-se, abrace-se, beije-se. Não fique à espera que alguém lhe dê o que lhe faltou na infância. Ninguém pode servir de substituto.
* Você cumprimenta, beija, abraça, beija e encoraja o outro. Então faça isso para consigo. É a única pessoa que pode fazer isso a si mesma.
* Não leve nada a sério e ria. Não existem verdades, nem dentro de si, nem fora de si. É tudo uma fantasia.
* Tanto a depressão como a alegria são pura e simplesmente construções mentais. Escolha pelas representações mentais e por objetivos que contribuam para que no fim da sua vida olhe para si com satisfação e tranquilidade.

Mais sugestões? São bem-vindas!
J.F.

Formulação de objetivos, concretizar o conceito

foto de Mário Ferraz
Tertúlia em S. Pedro do Estoril
Não bastam condições formais para formular objetivos. Não se começa por aí.
Todo o ato tem um significado no quadro geral da nossa existência e essencial é, parece-me, descobrir primeiro qual é o seu significado último de vida.
O resto vem por acréscimo. E então sim, pode ser útil, se ainda for necessário, usar um modelo para formular objetivos.
 
(livre mas com número limitado de participantes, consulte a nossa agenda:      http://pnl-portugal.com/agenda/tertulia/ )

O paciente e o terapeuta


É  o paciente que faz o trabalho.
A única coisa que o terapeuta faz

é criar as condições para que isto se torne possível.

 
Milton Erickson

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

SE PERDERES,
NÃO PERCAS ENTÃO A LIÇÃO.
 
Dalai Lama 

O poder das convicções

Robert Rosenthal realizou nos anos sessenta uma experiência formidável com alunos de duas classes. Fez testes de inteligência mas falsificou os resultados. Embora as duas classes tivessem o mesmo quociente o grupo de alunos das classes passaram a comportar-se tal como o resultado dos testes que lhes fora transmitido. A “pior” classe passou a ter piores resultados que a classe indicada como tendo um quociente de inteligência superior.

A este fenómeno é dado o nome de efeito Pigmalião (também chamado efeito Rosenthal). É o nome dado em psicologia ao efeito de nossas expectativas e perceção da realidade na maneira como nos relacionamos com a mesma, como se realinhássemos a realidade de acordo com as nossas expectativas em relação a ela.
O poeta romano Ovídio, que viveu no início da era cristã, escreveu sobre o escultor Pigmalião, que se apaixonou pela própria estátua e foi premiado pela deusa Vênus, que deu vida a ela. O polemista e dramaturgo irlandês George Bernard Shaw, escreveu sobre esse tema na peça Pigmalião, posteriormente adaptada para o musical My Fair Lady, história de uma florista que se transforma em lady porque alguém a viu como tal, fazendo aflorar a lady que já existia dentro dela.

O efeito Pigmalião foi assim nomeado por Robert Rosenthal e Lenore Jacobson, destacados psicólogos americanos, que realizaram um importante estudo sobre como as expectativas dos professores afetam o desempenho dos alunos. Segundo os autores, professores que têm uma visão positiva dos alunos tendem a estimular o lado bom desses alunos e estes devem obter melhores resultados; inversamente, professores que não têm apreço por seus alunos adotam posturas que acabam por comprometer negativamente o desempenho dos educandos.
Fenómeno semelhante foi estudado por Robert K. Merton, que o chamou profecia auto realizável, porque quem faz a profecia é, na verdade, quem a faz acontecer.

Na gestão, a profecia auto realizável foi apresentada em célebre estudo de Douglas McGregor, na década de 1960, que mostrou que a expectativa dos gerentes afeta o desempenho dos empregados: quando o gerente espera coisas positivas deles, essas tendem a vir; quando tem expectativas negativas, elas provavelmente também serão confirmadas. Em termos práticos, se alguém vê o outro como "difícil", não-colaborador ou mesmo como "inimigo", tende a agir como se o outro realmente fosse assim, levando-o a fechar-se para a colaboração e a tornar-se parecido com a imagem criada. Portanto, segundo McGregor, quem tem expectativas ruins sobre os outros, não acredita neles ou não vê suas qualidades, costuma colher o pior dessas pessoas; já quem tem expectativas positivas, tende a obter o melhor de cada uma delas.
(Wikipédia)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A palavra "mas"

A palavra "mas" é praticamente interpretada pela nossa mente como sendo um "não". De qualquer forma liga duas frases mas neutraliza a frase antes do "mas" e leva a concentrarmo-nos no que que vem depois. A outra expressão de ligação é "e" que oferece vantagens superiores. As duas frases ligadas pelo "e" têm o mesmo valor. O "e" tem, para além disso, outras caraterísticas que o levam a ser muito empregue com sucesso na comunicação, em particular, nas vendas, negociação e solução de conflitos.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Dores de cabeça e outras sensações desconfortáveis


No momento em que descobre que é invadido por uma sensação negativa, faça o seguinte:
1.       Localize de forma precisa a sensação no seu corpo, onde exatamente a sente
2.       Dê atenção ao movimento da sensação (em geral ocorre no sentidos dos ponteiros do relógio)
3.       Imagine a sensação fora do seu corpo, na sua frente
4.       Imagine a sensação a girar em sentido contrário (em geral o movimento oposto ao sentido dos ponteiros do relógio
5.       Faça isso durante algum tempo e depois desloque o movimento da sensação novamente para dentro do corpo
6.       Pode também, para consolidar o processo, imaginar uma cena agradável e poderosa ligada a esta sensação
7.       Tome nota do que se modificou

Neutralizar o ruminar mental

Uma míni técnica

Tem uma preocupação e a sua mente dá voltas e mais voltas, os pensamentos seguem-se uns aos outros de forma obstinada? É um remoer noite e dia… Quanto mais se emaranha em ideias, associações, raciocínios, maior é o desconforto físico e psíquico.
Não experimente calar essa voz interna. Quanto mais tentar, menos resulta.

Experimente sim dar a essa voz na sua cabeça a tonalidade mais sexy que se possa imaginar! E delicie-se, delicie-se! Tome todo o tempo para se deixar envolver por essa voz quente.
Crie espaço dentro de si para o espanto.
Em oito dos dez casos, questão resolvida. Nos outros dois, se não cura, pelo menos alivia.

J.F.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012


Última iniciação à PNL em 2012

Em virtude dos meus cursos para certificação estarem completamente cheios e da necessidade de criar até um practitioner extra, só poderei realizar ainda um único curso de iniciação à PNL (Atingir mais de forma mais fácil) em 2012.

Terá lugar no próximo fim de semana, a 13 e 14 de outubro. Esta será a única introdução à PNL que darei nos próximos quatro meses.

Mais informação: info@pnl-portugal.com, 965542777

Um pensamento

Calor humano
é finalmente algo
que nunca precisará poupar
 
" Dagelijksegedachte" (Holanda)

A chamada preguiça


Porque é que o ócio faz bem ao cérebro?
 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A prática da qualidade de vida

________________________________________________________
Revista mensal online de Programação NeuroLinguística
Ano 2 – 09, OUTUBRO 2012
A prática da qualidade de vida
________________________________________________________

O que é a PNL?
É o estudo do funcionamento da mente e de como podemos utilizar os resultados desse estudo para a realização prática dos objetivos fundamentais que dão significado à nossa vida, ajudando-nos a realizá-los de forma mais fácil e em harmonia com os nossos valores fundamentais, respeitando os outros à nossa volta e contribuindo para um mundo melhor (J.F.).

Resumo do número anterior
No número anterior desta revista (“PNL e qualidade de vida”) escolhi, entre as diversas possíveis abordagens de um tema tão subjetivo como este, a abordagem imaginativa (central em PNL) e a congruência neurológica. Fundamentalmente quer isto dizer que somos nós próprios, individualmente, os únicos responsáveis pela nossa própria definição, vivência e avaliação da qualidade e somos os únicos responsáveis pela nossa organização e harmonização interior com vistas à sua realização.

O cerne da questão
Do que se trata essencialmente em PNL é de estados emocionais. Toda a epistemologia e ferramentas da PNL têm um único fim: ajudar as pessoas a aceder a “melhores” estados emocionais. Toda a nossa existência é possivelmente determinada pelo princípio do afastamento do que consideramos desagradável e a tentativa de realização do que esperamos nos dê prazer. Portanto, tudo em nós tende para o afastamento ou neutralização de emoções negativas e para a realização de emoções positivas. O que pensamos e realizamos fazemo-lo na esperança de evitar desconforto e realizar sensações agradáveis experimentadas como positivas. Aliás, aquilo que pensamos e realizamos é, por sua vez, determinado pelo estado emocional em que nos encontramos. Em linguagem popular: uma pescadinha de rabo na boca!

A solução em PNL
Como o nosso fim é sentirmo-nos bem e como tudo está dependente do estado emocional, há que criar estados emocionais adequados. E como o estado criado é considerado ser o resultado direto do nosso pensamento (das chamadas modalidades sensoriais ou representações internas feitas de imagens, sons, diálogo interior), todas as intervenções com ferramentas da PNL têm como objetivo trabalhar o pensamento. Isso faz-se diretamente através da substituição das características das imagens e dos sons (transformação de submodalidades sensoriais como cor, tamanho, movimento, localização, etc). Faz-se também através da modificação de sensações simples e primárias no corpo (temperatura, intensidade, localização e movimento da sensação, etc.). Qualquer outro tipo de intervenção ou utilização de uma técnica específica (tais como âncoras, posição percetiva, reenquadramento, linha do tempo, etc.) acabará por ter como resultado final a transformação do pensamento (representações internas).

Responsabilidade pessoal
Como foi dito no número anterior da nossa revista, independentemente de como o mundo exterior se nos apresenta, não pomos as causas do nosso possível mal-estar no mundo. Fazemos em PNL uma escolha pela adoção de convicções favoráveis para nossa realização pessoal: partimos então do princípio de que somos nós os únicos responsáveis pelos objetivos que realizamos ou não, pelo desenvolvimento dos nossos conhecimentos e competências sociais e profissionais, pela nossa saúde física e psicológica, pelas representações mentais que fazemos de nós e do mundo, pelas crenças que temos sobre o que podemos e somos capazes e pelo que pensamos do mundo, pelos nossas qualidades, traços de caráter e preferências psicológicas, pela maneira como olhamos para nós e sobre quem somos e o que queremos ser, pelos nossos significativos objetivos últimos de vida, pela integração harmoniosa de todas as componentes em que assenta o nosso Ser. Cada um é responsável pelos óculos que usa e pelo que faz para transformar para melhor o mundo que nos rodeia.

A prática da qualidade de vida
A PNL concentra-se no estudo e transformação das nossas representações mentais através da modificação das características sensoriais das imagens e dos sons (incluindo as palavras do diálogo interno) e transformando as características das sensações experimentadas no corpo. Ou utiliza um método direto de transformação (trabalho com submodalidades sensoriais), ou toda uma gama de técnicas que levam indiretamente ao mesmo resultado. Para além disso concentra-se na formulação adequada de objetivos, dá atenção ao elemento somático, investiga as consequências e faz uso consciente de padrões linguísticos, dá muita atenção ao papel dos valores e das crenças, trabalha diretamente com memórias emocionais, tem em conta os perfis psicológicos responsáveis por padrões de pensamento e comportamento essenciais na comunicação, harmoniza conflitos internos e ajuda o individuo a encontrar o seu balanço na realização do seu significado de vida.

Objetivos e qualidade
Melhorar a qualidade de vida pode começar pela procura da resposta a esta pergunta fundamental: - O que anda cá a fazer? Há que definir concretamente o que se quer em termos que se conjuguem positivamente com os nossos valores essenciais, tendo em conta a ecologia de todo o sistema, tanto interno como externo, o que exige uma investigação de objetivos por detrás de objetivos até encontrar o que, nesse momento, é para si o seu objetivo último. Desde que tenha encontrado a resposta é então a altura de (re)organizar a vida de tal modo que tudo se conjugue na direção da realização daquilo que para si valha mesmo a pena.

Sobre a fisiologia
Para além dos cuidados básicos do corpo, talvez uma das coisas que nos ajude é ter consciência do papel que assume a postura corporal nos nossos estados emocionais. Há uma postura física que nos liga a fracassos e insatisfação assim como há uma postura que nos liga a sucessos e satisfação pessoal. Respirar profundamente, estar centrado, assumir interiormente uma atitude de dignidade e merecimento conduz a posturas que conscientemente podem ser assumidas para facilitar a congruência e auxiliar na manutenção de uma saúde física e psíquica.

Modalidades sensoriais
A qualidade da informação que chega até nós, assim como o sucesso na troca de informação com o outro, estão diretamente condicionadas pelos sistemas de representação ou modalidades sensoriais de cada um. É a consciência das nossas modalidades sensoriais preferenciais favoritas (visual, auditiva ou cinestésica) que pode ter implicações enormes para a qualidade sobre como nos apercebemos, vemos, ouvimos, sentimos e interpretamos o mundo. A consciência das nossas modalidades sensoriais prediletas fornece-nos informação sobra a forma de como filtramos pessoalmente a informação. Para além disso, é a nossa sincronicidade com os sistemas de representação (ou modalidades sensoriais) do outro que é, em grande parte, responsável pela qualidade e sucesso da nossa comunicação. Daí a extraordinária importância do conhecimento das modalidades sensoriais. Essa consciência facilita-nos a acuidade da perceção e a qualidade da nossa comunicação. O outro aspeto importante tem a ver com as características específicas das modalidades sensoriais (das imagens, sons, sensações) as quais são diretamente responsáveis pelas nossas emoções, de que iremos falar a seguir.

A imaginação produz emoções
A imaginação é o resultado de um estado emocional e produz, por seu lado, estados emocionais. PNL trabalha essencialmente com técnicas da área imaginativa para produzir estados. Podemos dizer que todas as nossas memórias (feitas de imagens, sons, sensações, palavras) são imaginadas a partir de acontecimentos, quer dizer, são interpretações feitas com base em distorções, generalizações e omissões. Como as características das imagens, dos sons e das sensações são diretamente responsáveis pelos estados emocionais, as técnicas básicas em PNL consistem essencialmente em sobrepor a uma situação desconfortável as características de uma situação confortável adequada, o que vai transformar radicalmente a vivência da situação. Encontram-se normalmente, nos livros de introdução à PNL, descrições destas técnicas que, na prática, parecem não ser assim tão fáceis de realizar para pessoas que nunca seguiram um curso oficial. Há pequenos ensaios que podemos fazer no nosso filme mental dos acontecimentos. Muitas pessoas já o fazem naturalmente. Podemos experimentar vivenciar uma situação vendo-nos no filme ou observando a imagem da situação sem nos vermos a nós. Podemos modificar a cor, o brilho, a localização mental aproximando ou afastando a cena, modificando o tamanho ou o movimento; podemos meter som ou tirar som, modificar o volume e o timbre; podemos deslocar a sensação no corpo e inverter o seu movimento… Qualquer modificação na estrutura da memória (na imagem, no som…) vai inevitavelmente modificar a sensação que temos do acontecimento…

Recursos
Para realizar o que pensamos ser importante para nós é obviamente necessário adquirir os conhecimentos necessários e as competências sociais e profissionais adequadas. Em PNL damos toda a nossa atenção a um outro ponto: Fundamental para o desenvolvimento e para o uso das competências são as convicções que temos sobre nós, sobre o que é importante e sobre o que somos capazes. Partimos do princípio que todos temos os recursos necessários para realizar o que desejamos. O problema é que não empregamos muitas vezes esses recursos. A razão pela qual não o fazemos tem geralmente a ver com as convicções limitadoras que temos sobre nós.

A linguagem verbal
Costumo afirmar nos meus cursos que o grande problema da linguagem verbal é a gente acreditar no que diz. Isto tem a ver com o que é talvez o maior pilar em que assenta este método. O primeiro trabalho da PNL foi sobre magia, a magia da linguagem: destruímo-nos ou realizamo-nos, não pelo que somos, mas por aquilo que dizemos. Acreditamos no que dialogamos interiormente e no que nos sai pela boca, o que é muito grave, sobretudo se esse conteúdo é negativo e limitador. As palavras referem-se a acontecimentos mas são distorções, omissões e generalizações de acontecimentos. Acreditamos que temos de fazer isto e aquilo, que se deve agir assim ou assado, que não somos capazes, que é difícil, que a culpa é dos outros, que as coisas estão mal, que a vida é feita de lutas e amarguras, que somos preguiçosos, que num dia de chuva e frio ninguém se pode sentir bem… Tudo isto são expressões linguísticas que, pela própria natureza da linguagem, não refletem os fatos. A magia reside no fenómeno de que, ao acreditarmos no que estamos a dizer, acabamos por nos sentir assim. Muitas vezes é a linguagem que vai originar o desconforto.

Linguagem e crenças são equivalências
A maioria das pessoas não tem a mínima noção de que o que pensam sobre os outros, sobre si e sobre o que são capazes ou não, são simplesmente expressões linguísticas de crenças pessoais que nada têm a ver com verdades. A tomada de consciência permite, pelo menos, discernir o caráter limitador ou ilimitado das crenças pessoais. Crenças que nos limitam, como as nomeadas acima, reduzem a autoimagem, caracterizam-se por complexidade aumentando a impossibilidade da sua realização, tornam-nos dependentes dos outros devido a estarem fora do nosso controlo e levam-nos a sentirmo-nos mal. Praticamente toda a gente confunde crenças com verdades e não tem a mínima noção que essas crenças foram invenções que nós mesmos criámos e que se tornaram regras no decorrer da nossa vida. A questão é que são estas mesmas regras que nos impedem muitas vezes de usufruir da vida e realizar qualidade. Possivelmente não existimos sem crenças, a questão está na qualidade das crenças no que se refere às consequências que podem ser, para nós e para os outros, limitadoras ou ilimitadas.

Valores
Os nossos valores, expressos na forma de substantivos abstratos tais como respeito, reconhecimento, lealdade, eficiência, justiça, etc., são os causadores, tanto da nossa satisfação pessoal, como fontes do nosso descontentamento. Quanto mais nos apegamos a eles mais empenho, motivação, sensação de realização e qualidade, mas também mais energia nos pode custar para os realizar. Por outro lado, quanto mais importantes são, maior o desconforto no caso da sua ausência. É por isso que disse na revista anterior que para falar dos valores, os motores inconscientes determinantes da nossa vida, precisaria de algumas dezenas de páginas. Importante mencionar aqui é que a grande maioria das pessoas desconhece o que é importante para elas. E são estes mesmos valores que determinam o nosso grau de satisfação ou insatisfação na vida! Há valores mais importantes escondidos por detrás de valores, o que permite desilusões, mesmo após objetivos realizados com relativo sucesso. É que não era isso, mas sim algo mais importante que está ainda por detrás do valor realizado. E há, para além disso, valores opostos dentro da mesma pessoa, valores com o mesmo conteúdo emocional, o que leva a conflitos internos e, às vezes, à impossibilidade de tomar decisões. Há ainda subtis direcionamentos na realização de valores, a sua realização ou a luta contra o que se não quer (injustiça, prisão, desrespeito, desonra…) um processo praticamente inconsciente. Neste último caso as pessoas lutam, sem ter consciência disso, contra o valor que não querem... e acabam por recebê-lo de presente.

Padrões de pensamento e comportamento
Uma das ferramentas mais poderosas em PNL para autoconhecimento e previsão de comportamentos, a que geralmente é dada nos cursos pouca atenção, é aquilo a que se chama “meta programas”. Talvez seja por esta falta de atenção que, mesmo alguns especialistas em PNL, procuram conhecer o seu perfil psicológico nos mercados alternativos. Os meta programas medem as características psicológicas pessoais e são assim os diretos responsáveis por uma pessoa se sentir bem ou mal numa tarefa, numa relação, numa equipa, num lugar. Afirmo, com toda a convicção, que não é possível falar de qualidade de vida se não nos encontrarmos no contexto adequado às nossas preferências, aos nossos padrões naturais de pensamento e ação. Os meta programas medem, entre outras coisas, o nosso grau de proatividade ou reflexão; de preferência por opções ou procedimentos; o grau de procura de similaridades ou diferenças; interesse no global ou na especificidade; a preferência para um pensamento em termos de conceitos, estruturas ou usos; interesse primário em pessoas, informação, atividade, coisas, lugares; trabalho sozinho ou em equipa, etc. Cerca de dezanove meta programas em inúmeras combinações. São possíveis centenas de perfis, cada um com um conjunto de variáveis preferenciais responsáveis por um ajustamento harmonioso ou não a uma situação determinada.

Alinhamento neurológico
Já foi falada na revista anterior a importância da congruência da autoimagem no quadro daquilo que se chamam em PNL os “níveis (neuro)lógicos de comunicação”. A sensação de balanço, harmonia, qualidade, é alcançada através de um alinhamento entre os elementos mais conscientes e inconscientes do nosso ser. A sensação de significado, qualidade e realização é conseguida quando nos sentimos funcionando em harmonia nos nossos diversos papéis na vida. E não só. Os níveis (neuro)lógicos falam essencialmente da relação entre o visível e o invisível. Falam do que produzimos no mundo e daquilo de que somos capazes apoiados pelas crenças e pelos nossos valores essenciais em harmonia com a sensação mais profunda do que sentimos como sendo Nós. O modelo dos níveis (neuro)lógicos refere-se, por fim, à nossa relação com aquilo que vai para além de nós, do que sentimos como sendo o nosso significado último, a razão pela qual achamos que estamos no mundo.

O que é a PNL?
Como estudo do funcionamento da mente, a PNL oferece-nos modelos para compreender e prever as nossas sensações, as nossas reações ao mundo e o comportamento dos outros. Possuímos, como vimos, inúmeras ferramentas que são o resultado desse estudo, ferramentas essas que nos ajudam a formular e realizar, de forma mais fácil, aquilo que é para nós realmente significativo e viver assim uma vida que possamos considerar de qualidade. A PNL contribui para que, se o quisermos, agirmos cada vez mais a partir do que sentimos como sendo verdadeiramente nós mesmos, o nosso centro, e encontrarmos maior balanço dentro de nós e em maior harmonia na relação com os outros. Dá-nos, por fim, consciência de que somo um sistema dentro de um sistema maior e que o balanço, a harmonia, o sentido da vida, reside nessa relação com esse todo que vai para além de nós traduzido naquilo que eu chamei aqui o nosso objetivo ou significado último, ou a nossa “missão” como se diz em PNL. É por isso que, no meu entender, falar de qualidade de vida é responder à pergunta: "O que anda cá a fazer?" E agir de acordo com a resposta que encontrou.

José Figueira 17/09/2012

Panorama Social



Próximo curso para consultores em Portugal:
20 a 24 de março de 2013

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O caminho


Sei que sou dependente e necessitado,
mas o único que é responsável
por esta necessidade e dependência sou eu mesmo

extraído do livro “Las Tres Preguntas” de Jorge Bucay (2008)

para Jorge Bucay as três perguntas são:

Quem sou? (enfrentar o desafio para descobrir quem sou)
Para onde vou? (enfrentar o desafio para determinar para onde vou)
Com quem? (enfrentar o desafio para escolher com quem)