Revista mensal online de Programação NeuroLinguística
Ano 2 – 09, OUTUBRO 2012
A prática da qualidade de vida
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O que é a PNL?
É o estudo do funcionamento da mente e de como podemos utilizar os resultados desse estudo para a realização prática dos objetivos fundamentais que dão significado à nossa vida, ajudando-nos a realizá-los de forma mais fácil e em harmonia com os nossos valores fundamentais, respeitando os outros à nossa volta e contribuindo para um mundo melhor (J.F.).
Resumo do número anterior
No número anterior desta revista (“PNL e qualidade de vida”) escolhi, entre as diversas possíveis abordagens de um tema tão subjetivo como este, a abordagem imaginativa (central em PNL) e a congruência neurológica. Fundamentalmente quer isto dizer que somos nós próprios, individualmente, os únicos responsáveis pela nossa própria definição, vivência e avaliação da qualidade e somos os únicos responsáveis pela nossa organização e harmonização interior com vistas à sua realização.
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Do que se trata essencialmente em PNL é de estados emocionais. Toda a epistemologia e ferramentas da PNL têm um único fim: ajudar as pessoas a aceder a “melhores” estados emocionais. Toda a nossa existência é possivelmente determinada pelo princípio do afastamento do que consideramos desagradável e a tentativa de realização do que esperamos nos dê prazer. Portanto, tudo em nós tende para o afastamento ou neutralização de emoções negativas e para a realização de emoções positivas. O que pensamos e realizamos fazemo-lo na esperança de evitar desconforto e realizar sensações agradáveis experimentadas como positivas. Aliás, aquilo que pensamos e realizamos é, por sua vez, determinado pelo estado emocional em que nos encontramos. Em linguagem popular: uma pescadinha de rabo na boca!
A solução em PNL
Como o nosso fim é sentirmo-nos bem e como tudo está dependente do estado emocional, há que criar estados emocionais adequados. E como o estado criado é considerado ser o resultado direto do nosso pensamento (das chamadas modalidades sensoriais ou representações internas feitas de imagens, sons, diálogo interior), todas as intervenções com ferramentas da PNL têm como objetivo trabalhar o pensamento. Isso faz-se diretamente através da substituição das características das imagens e dos sons (transformação de submodalidades sensoriais como cor, tamanho, movimento, localização, etc). Faz-se também através da modificação de sensações simples e primárias no corpo (temperatura, intensidade, localização e movimento da sensação, etc.). Qualquer outro tipo de intervenção ou utilização de uma técnica específica (tais como âncoras, posição percetiva, reenquadramento, linha do tempo, etc.) acabará por ter como resultado final a transformação do pensamento (representações internas).
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Como foi dito no número anterior da nossa revista, independentemente de como o mundo exterior se nos apresenta, não pomos as causas do nosso possível mal-estar no mundo. Fazemos em PNL uma escolha pela adoção de convicções favoráveis para nossa realização pessoal: partimos então do princípio de que somos nós os únicos responsáveis pelos objetivos que realizamos ou não, pelo desenvolvimento dos nossos conhecimentos e competências sociais e profissionais, pela nossa saúde física e psicológica, pelas representações mentais que fazemos de nós e do mundo, pelas crenças que temos sobre o que podemos e somos capazes e pelo que pensamos do mundo, pelos nossas qualidades, traços de caráter e preferências psicológicas, pela maneira como olhamos para nós e sobre quem somos e o que queremos ser, pelos nossos significativos objetivos últimos de vida, pela integração harmoniosa de todas as componentes em que assenta o nosso Ser. Cada um é responsável pelos óculos que usa e pelo que faz para transformar para melhor o mundo que nos rodeia.
A prática da qualidade de vida
A PNL concentra-se no estudo e transformação das nossas representações mentais através da modificação das características sensoriais das imagens e dos sons (incluindo as palavras do diálogo interno) e transformando as características das sensações experimentadas no corpo. Ou utiliza um método direto de transformação (trabalho com submodalidades sensoriais), ou toda uma gama de técnicas que levam indiretamente ao mesmo resultado. Para além disso concentra-se na formulação adequada de objetivos, dá atenção ao elemento somático, investiga as consequências e faz uso consciente de padrões linguísticos, dá muita atenção ao papel dos valores e das crenças, trabalha diretamente com memórias emocionais, tem em conta os perfis psicológicos responsáveis por padrões de pensamento e comportamento essenciais na comunicação, harmoniza conflitos internos e ajuda o individuo a encontrar o seu balanço na realização do seu significado de vida.
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Melhorar a qualidade de vida pode começar pela procura da resposta a esta pergunta fundamental: - O que anda cá a fazer? Há que definir concretamente o que se quer em termos que se conjuguem positivamente com os nossos valores essenciais, tendo em conta a ecologia de todo o sistema, tanto interno como externo, o que exige uma investigação de objetivos por detrás de objetivos até encontrar o que, nesse momento, é para si o seu objetivo último. Desde que tenha encontrado a resposta é então a altura de (re)organizar a vida de tal modo que tudo se conjugue na direção da realização daquilo que para si valha mesmo a pena.
Sobre a fisiologia
Para além dos cuidados básicos do corpo, talvez uma das coisas que nos ajude é ter consciência do papel que assume a postura corporal nos nossos estados emocionais. Há uma postura física que nos liga a fracassos e insatisfação assim como há uma postura que nos liga a sucessos e satisfação pessoal. Respirar profundamente, estar centrado, assumir interiormente uma atitude de dignidade e merecimento conduz a posturas que conscientemente podem ser assumidas para facilitar a congruência e auxiliar na manutenção de uma saúde física e psíquica.
Modalidades sensoriais
A qualidade da informação que chega até nós, assim como o sucesso na troca de informação com o outro, estão diretamente condicionadas pelos sistemas de representação ou modalidades sensoriais de cada um. É a consciência das nossas modalidades sensoriais preferenciais favoritas (visual, auditiva ou cinestésica) que pode ter implicações enormes para a qualidade sobre como nos apercebemos, vemos, ouvimos, sentimos e interpretamos o mundo. A consciência das nossas modalidades sensoriais prediletas fornece-nos informação sobra a forma de como filtramos pessoalmente a informação. Para além disso, é a nossa sincronicidade com os sistemas de representação (ou modalidades sensoriais) do outro que é, em grande parte, responsável pela qualidade e sucesso da nossa comunicação. Daí a extraordinária importância do conhecimento das modalidades sensoriais. Essa consciência facilita-nos a acuidade da perceção e a qualidade da nossa comunicação. O outro aspeto importante tem a ver com as características específicas das modalidades sensoriais (das imagens, sons, sensações) as quais são diretamente responsáveis pelas nossas emoções, de que iremos falar a seguir.
A imaginação produz emoções
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Para realizar o que pensamos ser importante para nós é obviamente necessário adquirir os conhecimentos necessários e as competências sociais e profissionais adequadas. Em PNL damos toda a nossa atenção a um outro ponto: Fundamental para o desenvolvimento e para o uso das competências são as convicções que temos sobre nós, sobre o que é importante e sobre o que somos capazes. Partimos do princípio que todos temos os recursos necessários para realizar o que desejamos. O problema é que não empregamos muitas vezes esses recursos. A razão pela qual não o fazemos tem geralmente a ver com as convicções limitadoras que temos sobre nós.
A linguagem verbal
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Linguagem e crenças são equivalências
A maioria das pessoas não tem a mínima noção de que o que pensam sobre os outros, sobre si e sobre o que são capazes ou não, são simplesmente expressões linguísticas de crenças pessoais que nada têm a ver com verdades. A tomada de consciência permite, pelo menos, discernir o caráter limitador ou ilimitado das crenças pessoais. Crenças que nos limitam, como as nomeadas acima, reduzem a autoimagem, caracterizam-se por complexidade aumentando a impossibilidade da sua realização, tornam-nos dependentes dos outros devido a estarem fora do nosso controlo e levam-nos a sentirmo-nos mal. Praticamente toda a gente confunde crenças com verdades e não tem a mínima noção que essas crenças foram invenções que nós mesmos criámos e que se tornaram regras no decorrer da nossa vida. A questão é que são estas mesmas regras que nos impedem muitas vezes de usufruir da vida e realizar qualidade. Possivelmente não existimos sem crenças, a questão está na qualidade das crenças no que se refere às consequências que podem ser, para nós e para os outros, limitadoras ou ilimitadas.
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Os nossos valores, expressos na forma de substantivos abstratos tais como respeito, reconhecimento, lealdade, eficiência, justiça, etc., são os causadores, tanto da nossa satisfação pessoal, como fontes do nosso descontentamento. Quanto mais nos apegamos a eles mais empenho, motivação, sensação de realização e qualidade, mas também mais energia nos pode custar para os realizar. Por outro lado, quanto mais importantes são, maior o desconforto no caso da sua ausência. É por isso que disse na revista anterior que para falar dos valores, os motores inconscientes determinantes da nossa vida, precisaria de algumas dezenas de páginas. Importante mencionar aqui é que a grande maioria das pessoas desconhece o que é importante para elas. E são estes mesmos valores que determinam o nosso grau de satisfação ou insatisfação na vida! Há valores mais importantes escondidos por detrás de valores, o que permite desilusões, mesmo após objetivos realizados com relativo sucesso. É que não era isso, mas sim algo mais importante que está ainda por detrás do valor realizado. E há, para além disso, valores opostos dentro da mesma pessoa, valores com o mesmo conteúdo emocional, o que leva a conflitos internos e, às vezes, à impossibilidade de tomar decisões. Há ainda subtis direcionamentos na realização de valores, a sua realização ou a luta contra o que se não quer (injustiça, prisão, desrespeito, desonra…) um processo praticamente inconsciente. Neste último caso as pessoas lutam, sem ter consciência disso, contra o valor que não querem... e acabam por recebê-lo de presente.
Padrões de pensamento e comportamento
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Alinhamento neurológico
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O que é a PNL?
Como estudo do funcionamento da mente, a PNL oferece-nos modelos para compreender e prever as nossas sensações, as nossas reações ao mundo e o comportamento dos outros. Possuímos, como vimos, inúmeras ferramentas que são o resultado desse estudo, ferramentas essas que nos ajudam a formular e realizar, de forma mais fácil, aquilo que é para nós realmente significativo e viver assim uma vida que possamos considerar de qualidade. A PNL contribui para que, se o quisermos, agirmos cada vez mais a partir do que sentimos como sendo verdadeiramente nós mesmos, o nosso centro, e encontrarmos maior balanço dentro de nós e em maior harmonia na relação com os outros. Dá-nos, por fim, consciência de que somo um sistema dentro de um sistema maior e que o balanço, a harmonia, o sentido da vida, reside nessa relação com esse todo que vai para além de nós traduzido naquilo que eu chamei aqui o nosso objetivo ou significado último, ou a nossa “missão” como se diz em PNL. É por isso que, no meu entender, falar de qualidade de vida é responder à pergunta: "O que anda cá a fazer?" E agir de acordo com a resposta que encontrou.
José Figueira 17/09/2012
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