quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O poder das convicções

Robert Rosenthal realizou nos anos sessenta uma experiência formidável com alunos de duas classes. Fez testes de inteligência mas falsificou os resultados. Embora as duas classes tivessem o mesmo quociente o grupo de alunos das classes passaram a comportar-se tal como o resultado dos testes que lhes fora transmitido. A “pior” classe passou a ter piores resultados que a classe indicada como tendo um quociente de inteligência superior.

A este fenómeno é dado o nome de efeito Pigmalião (também chamado efeito Rosenthal). É o nome dado em psicologia ao efeito de nossas expectativas e perceção da realidade na maneira como nos relacionamos com a mesma, como se realinhássemos a realidade de acordo com as nossas expectativas em relação a ela.
O poeta romano Ovídio, que viveu no início da era cristã, escreveu sobre o escultor Pigmalião, que se apaixonou pela própria estátua e foi premiado pela deusa Vênus, que deu vida a ela. O polemista e dramaturgo irlandês George Bernard Shaw, escreveu sobre esse tema na peça Pigmalião, posteriormente adaptada para o musical My Fair Lady, história de uma florista que se transforma em lady porque alguém a viu como tal, fazendo aflorar a lady que já existia dentro dela.

O efeito Pigmalião foi assim nomeado por Robert Rosenthal e Lenore Jacobson, destacados psicólogos americanos, que realizaram um importante estudo sobre como as expectativas dos professores afetam o desempenho dos alunos. Segundo os autores, professores que têm uma visão positiva dos alunos tendem a estimular o lado bom desses alunos e estes devem obter melhores resultados; inversamente, professores que não têm apreço por seus alunos adotam posturas que acabam por comprometer negativamente o desempenho dos educandos.
Fenómeno semelhante foi estudado por Robert K. Merton, que o chamou profecia auto realizável, porque quem faz a profecia é, na verdade, quem a faz acontecer.

Na gestão, a profecia auto realizável foi apresentada em célebre estudo de Douglas McGregor, na década de 1960, que mostrou que a expectativa dos gerentes afeta o desempenho dos empregados: quando o gerente espera coisas positivas deles, essas tendem a vir; quando tem expectativas negativas, elas provavelmente também serão confirmadas. Em termos práticos, se alguém vê o outro como "difícil", não-colaborador ou mesmo como "inimigo", tende a agir como se o outro realmente fosse assim, levando-o a fechar-se para a colaboração e a tornar-se parecido com a imagem criada. Portanto, segundo McGregor, quem tem expectativas ruins sobre os outros, não acredita neles ou não vê suas qualidades, costuma colher o pior dessas pessoas; já quem tem expectativas positivas, tende a obter o melhor de cada uma delas.
(Wikipédia)

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