sábado, 7 de agosto de 2004

Parábolas sem sentido?

Um grande mestre sufi contava sempre uma parábola no final de cada aula, mas os alunos nem sempre entendiam o seu sentido...

- Mestre - perguntou um deles, certo dia - tu contas-nos contos mas nunca nos explicas o que significam...
- As minhas desculpas - disse o mestre. - Como compensação, deixa-me que te ofereça um belo pêssego.
- Obrigada, mestre - disse o discípulo, comovido.
- Mais ainda: como prova do meu afecto, queria descascar-te o pêssego. Permites que o faça?
- Sim, muito obrigada - disse o discípulo.
- E, já que tenho a faca na mão, não gostarias que eu cortasse em pedaços, para que te seja mais fácil comê-lo?
- Sim, mas não quero abusar da tua generosidade, mestre...
- Não é um abuso; sou eu que me estou a oferecer. Quero apenas agradar-te. Permite-me também que mastigue o pêssego antes de to oferecer...
- Não, mestre! Não gostaria que fizesses isso! - queixou-se o discípulo, surpreendido.

O mestre fez uma pausa e disse:
- Se vos explicasse o sentido de cada conto, seria como dar-vos a comer fruta mastigada.

retirado do livro:
"Contos para pensar"- Jorge Bucay - Pergaminho ISBN 972-711-627-2

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