Era uma vez homem que adorava pesquisar, isto é um homem para quem a vida é uma busca. Um dia sentiu que tinha de partir, por isso deixou tudo e pôs-se a caminho. Depois de percorrer durante 7 dias por estradas empoeiradas avistou ao longe uma localidade chamada Ramilos. Logo à entrada viu um portão de bronze que o convidava a entrar e mal transpôs a ombeira deixou que os seus olhos se pousassem como borboletas em cada pormenor, tendo descoberto uma inscrição sobre uma pedra: Tito Miguel, viveu 7 anos, 7 meses, 7 dias, 3 semanas e 9 dias. Reparou que não era uma pedra era uma lápide e rapidamente deu-se conta de outra lápide que dizia: Maria Manuel, viveu, 5 anos, 6 meses, 11 dias, 5 semanas e 10 dias.Aquele lugar era um cemitério de crianças, onde o mais velho tinha apenas 11 anos...e sentiu uma enorme vontade de chorar, quando o coveiro se aproximou e perguntou-lhe se ele tinha algum familiar ali falecido, ao que ele respondeu que não. Então o velho coveiro explicou que não se tratava de um cemitério para jovens e que apenas se tratava de uma tradição naquela localidade em que quando um pessoa tivesse 15 anos lhe era dado um livrete onde ele do lado esquerdo registava tudo o que foi desfrutado e do lado direito o tempo que durou esse prazer.Assim as pesssoas vão anotando no livrete cada momento que desfrutam...assim quando alguem morre, é nosso costume abrir o seu livrete e somar o tempo em que sentiu prazer para o escrever sobre a campa.Porque -dizia o coveiro- é esse o tempo quanto a nós o único e verdadeiro a ser tempo vivido!
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