segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005

Sobre beijos

Olhe as pessoas que encontra, uma por uma, e sorria.
Volte para os olhos do outro o seu coração.
Não só metaforicamente, mas realmente
deixe o seu coração palpitar.
É a única coisa, se já percebeu, o que o seu coração quer.
É palpitar.
Deixe que o beijo venha de dentro,
um daqueles beijos não maquinado,
um beijo real, sem técnicas aprendidas -
aquele beijo que gostaria de dar.
Aquele beijo que não se escreve em poemas.
Aquele beijo que eu sei que dei um dia
e que só me me apercebo no dia em que não há mais mentira -
naquele dia único da vida em que me vou despedir.
Então esquecerei possivelmente os muitos beijos que dei por conveniência.
O único beijo que levo é aquele que me escapou do poema.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que lindo! Tão verdade! Tão sentido! Tão real! É verdade que a memória de um único beijo, às vezes é a mais doce recordação depois da imaginação de todos os beijos que se distribuiram ao acaso, por esta vida!Este é um poema de um verdadeiro poeta, reencontrado!