terça-feira, 1 de fevereiro de 2005

Sobre Meditação

Depois de tantos anos de teoria e experiência, de busca e prática, depois de tanta leitura sobre meditação, realização, plenitude, o maior nome, aquela figura simples para quem me levantei um dia às duas horas da manhã para ter um lugar assegurado no palácio dos congressos, aquele que encontrei um dia e que não queria ser guru, é para mim pessoalmente o maior guru - o maior professor, aquele que me ensinou definitivamente que só eu era o meu maior professor. Aquele de quem eu aprendi, ao lado de Husserl, Heidegger, Sartre e outros, aquele que me ensinou aquilo que eu já sentia: é que não havia ninguém no mundo que me salvasse.

KRISHNAMURTI:
Meditar é destruir a “segurança”, e há grande beleza na meditação, não a beleza das coisas produzidas pelo homem ou pela natureza; é a beleza do silêncio. Este silêncio é o vazio no qual, e a partir do qual, todas as coisas fluem e têm a sua existência. Não pode ser conhecido; o intelecto e a emotividade não podem chegar até ele; não há caminho para o silêncio e um método para tentar alcançá-lo é invenção de um cérebro ambicioso. Todos os caminhos e meios de que se serve o “eu” calculista têm de ser completamente destruídos; todo o movimento para a frente ou para trás, o modo como funciona o tempo, tem de cessar, sem nenhum amanhã. Meditação é “destruição”; é um perigo para aqueles que desejam levar uma vida superficial e uma vida de fantasia e mito.

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