Esta noção de erro que trazemos connosco, esta noção de erro que paralisa, desde quando, quando nasceu? Levei-a sempre comigo. Até nos momentos em que não havia razão para ela.
Quando comecei a minha vida profissional na Holanda fui confrontado com uma situação de double bind. O que quer que fizesse, bem ou mal, nunca estava certo para a directora. Imagine o stress que daí resulta.
No trabalho seguinte a situação melhorou um pouco. Pelo menos havia certo louvor quando uma decisão tomada correspondia ao modelo de pensamento do director. Mas a noção de erro continuava bem presente. Consequências claro, evitar tomar decisões, uma obsessão contínua de corresponder à expectativa do chefe, sensação interna de prisão e sufoco e estagnação no trabalho, o que vinha aumentar o ambiente de critica negativa e insatisfação generalizada na organização.
E um dia houve uma grande transformação com a chegada dum novo director. Percebi então o que é numa situação de trabalho, dinamismo, criatividade, sensação de liberdade, tomada de responsabilidade, aprendizagem contínua, crescimento, motivação. A regra era outra. Não era o erro que era punido, mas sim a ausência de decisões. Não imaginam o alívio e as coisas novas que produzimos.
Todos sabemos de forma consciente ou inconscientemente que sem erro nada do que é natural ou cultural existiria. O risco é uma constante na vida.
No que me diz respeito, só nos últimos anos me tenho finalmente vindo a libertar desta convicção destruidora das capacidades e possibilidades humanas – a convicção relativa ao erro.
Em Programação Neurolinguística (PNL) aplicamos axiomas que nos ofereçam possibilidades que possam despertar o potencial humano para a realização e aumento contínuo da qualidade. Um dos princípios que me tem permitido crescer e ver outros vencer obstáculos nas diversas facetas da vida, é precisamente este princípio básico adoptado pela PNL:
“Errar não existe, só existe feedback”.
(publicado há uns tempos atrás, não sei já quando, no DN)
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