sábado, 4 de fevereiro de 2006

Ao comentador Anonymous da Yola

Os versos que te fiz
*
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.
*
Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!
*
Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!
*
Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu não te dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!
Florbela Espanca

7 comentários:

Anónimo disse...

...tão hermoso que até dói...ainda assim,...obrigado flor bela...

Anónimo disse...

Então isto é um jogo? Parece-me viciado, se tem intervenientes limitados...

Anónimo disse...

Compreender um ao outro
É um jogo complicado.
Pois quem engana não sabe
Se não estava enganado.

Fernando Pessoa

Anónimo disse...

...bonito, parece então que as únicas regras válidas são as tuas... e, ainda assim, acredito que às vezes deixas-te levar, ou antes deixas-te extressar por clichets quando fechas o teu coração, pondo etiquetas e regras àquilo que está vivo e não tem limites, e, se calhar, ainda não está nos livros. Se calhar... a arte do coração aberto tem que ser censurada não vá ser que comecemos a abrir os nossss corações e descubramos que amamos muito mais do que a regra da fidelidade determina...

Anónimo disse...

Para a Yola: quando se entra numa floresta de enganos convem estar preparado e não chocar contra as árvores.
Já agora, o anónimo que protestou contra as regras do jogo não é o Hermoso!!!
Para finalizar: quem sai da floresta vem diferente de quando entrou. Pode até ser outro de si mesmo.

Anónimo disse...

Compreendo a atracção por entrar na floresta. Cumprimento-te por isso! Os enganos podem ser um mal menor. Depende das convicções...e do modelo do mundo que se transformou.

Anónimo disse...

«Até mesmo um engano pode tornar-se naquilo que é essencial a uma realização de mérito.»

Henry Ford