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No momento em que um estímulo externo tem lugar, seja uma imagem, um som, uma sensação, uma palavra, um cheiro ou um gosto, o nosso cérebro inicia um processo de transformação. A informação atravessa uma série de filtros que são o resultado da nossa história pessoal – a maneira de como fomos formados e nos formámos,como fomos estimulados e condicionados e como inconscientemente nos formámos e condicionámos.
As recordações dos acontecimentos da vida onde se formaram as nossas crenças sobre o mundo e sobre nós mesmos, as nossas atitudes, as nossas decisões no passado, as nossas estratégias psicológicas, jogam um papel fundamental na elaboração e apreensão da informação. Alguém que um dia se queimou no fogo reagirá muito possivelmente ao fenómeno fogo duma maneira diferente do que alguém que nunca teve essa experiência traumática. O processo de transformação do estímulo (que obedece a leis cognitivas e linguísticas de omissão, distorção e generalização) acaba com uma representação interna a que em PNL se chama “o nosso mapa pessoal do mundo”. É este espaço imaginário povoado de representações de mim e do outro que está na base do comportamento. Este mapa “não é o território”, esta é uma assumpção básica adoptada pela PNL. E é mesmo muito possível que toda a problemática do mundo se resuma na falta de compreensão deste simples pressuposto: que aquilo que pensamos NÃO é a Realidade. E porque identificamos as nossas imagens, os sons, as sensações, as nossas palavras com a Realidade, queremos impingir a nossa realidade aos outros, com todas as nefastas consequências que podem até levar ao extermínio de raças e grupos sociais. Pois é, como disse, a nossa Representação Interna do mundo (o nosso pensamento constituído por imagens, sons e sensações) e não o mundo exterior em si, que determina o nosso comportamento.
Resumindo, o comportamento (associado muitos vezes a sentimentos de culpa, irritação, pânico de enfrentar o outro, medo da autoridade, atitudes de depressão, falta de auto-estima e uma fraca imagem de si mesmo, ansiedade, etc.) tudo isso é o fruto de filtros pessoais, é o resultado das nossas normas e convicções, das nossas recordações, até mesmo do emprego pessoal da linguagem (do que nos dizemos a nós mesmos), da nossa história pessoal.
Este modelo de comunicação dá-nos, duma forma extremamente simples, uma noção da maneira como é accionado o nosso comportamento e de como reagimos ao comportamento dos outros.
Só a noção do funcionamento do modelo em si, de que nós e só nós mesmos somos os únicos responsáveis por aquilo que sentimos, pensamos e reagimos, pode ter como resultado uma transformação na nossa maneira de vivenciar e reagir aos outros.
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