terça-feira, 8 de agosto de 2006

Há tantos reinos no mundo que envolvem o teu ser profundo.
A coragem é mais que viagem a todos os portos que fores capaz de ancorar.
Precisas transpor outras fronteiras e distâncias.
Aprende a ser leve como o vento e olha fundo,
porque o medo é só um instante num coração errante.
Goza dessa virtude de se sentir inteiro nesse novo mundo tão velho de teorias.
Destrói conveniências, sapiências ultrapassadas em confortos cristalizados,
nos medos que não ousas adentrar.
Abre os braços em quotidianos abraços.
Se os dedos se cansaram, é de toques que eles precisam.
Grande é o amor que tudo abarca.
São tantas as fendas, as portas, as divindades e a saudade.
Nas escolhas que se fazem e nos encontros que a geometria propõe.
O sol levanta e dorme, como tu, todos os astros e movimentos.
Tudo é preparação, malas para a viagem que não tem fim.´
Não percebes a beleza que ronda o teu desacordo com o mundo?
Levas traços revoltos, mas vida são ondas que se quebram no eterno vai e vem.
Remove o pranto que o manto de teus dias escondeu.
Remove a poeira, ladeira, que se acumula, entranha.
Está em teus poros, suados de defesas armadas.
Sacia a fome com os alimentos da terra, da mente e do espírito.
Entrega-te às surpresas, à vastidão, à amplidão.
À natureza, dos bens o mais precioso.
Aprende a compartilhar: amor, vida, olhar.
Espalha os talentos aos ventos e seres capazes de os polinizar.
Une-te em fraternos ideais e condutas.
Sem vaidades ou orgulho.
Não é de certezas a vida, e sim de descobertas.
Respeita as diferenças, ciências da mesma verdade que tudo conduz.
Sente com o coração, estamos todos envoltos na mesma oração.
Encontra teu tesouro interno e oferece-o ao mundo que necessita.
Cultiva a coragem de acabar com as máscaras,
pois apenas inteiro podes ir além.
Ama , surpreende, exerce a escolha.
É livre o arbítrio.
Mas assume o dever, com consciência da tua parte no todo.
Com a convicção de dentro, ousa as travessias.
Não te escondas em medos e culpas.
A aparente fragilidade é a grande força que tudo move.
Nos lúcidos lampejos, que chamas de coincidências, residem as revelações.
Compreende teu papel na vasta trama.
Estampa em teu peito este sol que dentro brilha.
É de fogo essa hora.
Qual fênix, renasce de tuas próprias cinzas.
Toda realidade começa num sonho.
Acorda então para dentro.
Agora anda com o tempo que nunca andou tão depressa.
Tudo é jornada.
E escolha...
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Isabel Mueller

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