Marian Stuart e Joseph Lieberman, uma psicoterapeuta e um psiquiatra fizerem uma série de estudos notáveis sobre o que distingue os médicos que têm o dom de comunicação e os que não têm. A técnica de Stuart e de Lieberman permite melhorar consideravelmente a nossa capacidade de escutar - e portanto a nossa relação com os outros - sem precisarmos de um psicólogo ou de um psiquiatra.
A Técnica resume-se a 5 perguntas sucessivas e rápidas: as perguntas QEOFE:
1 - Q para... "Que aconteceu?" - Para se estabelecer uma relação com a pessoas que sofre é evidentemente preciso que ela relate em primeiro lugar o que lhe aconteceu na vida, e o que a magoou. O que importa é ouvir durante 3 minutos sem interromper a pessoa.
Depois podemos passar à segunda pergunta para que a pessoa não se perca nos pormenores.
2 - E para... Emoção - "Que emoção sentiste?" - Para deixar a pessoa aceder à verdadeira emoção e ao sentimento de dor que está a viver.
3 - O para... "O que foi mais difícil para si?" - A melhor maneira de não nos deixarmos submergir pela emoção, é mergulhar até ao fundo, no mais profundo do cerne da dor. Só aí podemos dar o impulso que nos fará vir à superfície
Esta pergunta é mágica porque serve para focalizar o espírito de quem sofre. Permite-lhe começar a reagrupar as ideias em torno do ponto fulcral, aquele que mais faz doer, ao passo que entregue a si próprio, o espírito - o nosso - tem tendência a dispersar-se.
4 - F para... "Fazer Face" - "O que o ajuda mais a fazer face a...?" - Após ter permitido à emoção exprimir-se, é preciso aproveitar em seguida o facto de a energia estar concentrada na origem principal do problema. Com esta pergunta desvia-se a atenção da pessoa com quem estamos a falar, para OS RECURSOS já existentes à sua volta e que a podem ajudar a enfrentar o problema.
5 - E para... "Empatia" - Para concluir a interacção, é sempre últil exprimir com palavras sinceras o que sentimos ao ouvir o outro. Para lhe comunicar simplesmente que, durante alguns minutos, partilhámos o seu fardo. No final da conversa, ele ir-se-á embora com a sua "bagagem", mas durante aqueles breves instantes, tê-la-emos carregado juntos, e compreendemos melhor a sua dor. Algumas palavras muito simples bastam, por exemplo: "Lamento imenso o que lhe aconteceu, também me sinto solidário consigo (...)"
Nos intercâmbios bem sucedidos, mesmo quando estes não nos curam "instantaneamente", é desta forma que o nosso cérebro emocional se desenvolve; que ele se torna mais confiante na nossa capacidade de entrar em relação com os outros e portanto em ser "acertado" por eles, como necessita. E é esta confiança que nos protege da ansiedade e da depressão.
In - CURAR - David Servan Schreiber
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