O seguinte texto de Leslie Cameron-Bandler é geralmente utilizado por mim durante o Master-practitioner como ilustração da metáfora terapêutica no módulo "Metáforas".
Acho-o muito instrutivo, inspirador e...
... picante.
Uma discussão sobre os métodos capazes de levar o cliente do estado actual ao desejado estaria incompleta se não oferecesse uma explicação sobre o uso da metáfora terapêutica, uma técnica especial de contar histórias que propicia à pessoa descobertas importantes, conscientes ou inconscientes, que gera novos comportamentos produtivos.
A arte da metáfora terapêutica foi ricamente desenvolvida por Milton H. Erickson, M.D., um especialista tanto na construção quanto na enunciação de metáforas terapêuticas. Recomendo a sua leitura. Gostaria de oferecer aqui apenas os fundamentos mais elementares da construção de metáforas, juntamente com alguns exemplos, para que cada um possa entender o processo geral e começar a desenvolver a sua própria habilidade.
Para ser eficaz, uma metáfora deve:
- Ser isomorfa ao conteúdo do problema. Ser isomorfa é ter uma estrutura idêntica ou semelhante. Seguir à risca uma dieta é uma situação isomorfa a manter-se dentro de um orçamento – as duas têm componentes similares.
- Oferecer uma experiência substitutiva na qual a pessoa tenha a oportunidade de operar a partir de um conjunto diferente de filtros, que lhe possibilite o acesso a escolhas antes desconhecidas.
- Oferecer uma solução, ou conjunto de soluções, para a situação isomorfa, que possa ser generalizada para o problema, levando o cliente a fazer as mudanças adequadas.
Por se tratar de um método seguro e inofensivo de lidar com assuntos que as pessoas têm dificuldades em abordar, as metáforas podem ser extremamente eficazes em problemas cuja solução é difícil através doutras técnicas.
As etapas básicas de construção de uma metáfora são:
1. Identificar completamente o problema.
2. Definir as partes estruturais do problema e as "personagens" adequadas.
3. Encontrar uma situação isomorfa. (David Gordon recomenda praticar com analogias, isto é, "Você sabe, a vida é como vinho: manejando bem ela fica melhor com a idade".)
4. Oferecer uma solução lógica.
5. Determinar o que seria útil descobrir e então encontrar contextos nos quais essas descobertas seriam evidentes.
6. Acomodar esta estrutura numa história divertida, ou que disfarce a intenção (para evitar a resistência do cliente).
O caso que narro a seguir é um exemplo pertinente do uso da metáfora para ajudar um cliente a alcançar uma mudança pessoal:
Uma mulher atraente chamada Dot procurou-me em busca de aconselhamento. Queria ajuda para aprender a controlar seu comportamento promíscuo. Era casada com um homem bom (sua descrição) e tinha dois filhos adoráveis, mas mantinha relações extraconjugais quando e com quem fosse possível. Queria parar com este comportamento. Utilizei os elementos da sua descrição, expostos a seguir, para criar uma metáfora terapêutica. Como tantas mulheres atraentes hoje, Dot também se preocupava com o excesso de peso, e assim usei este conteúdo para que a metáfora aparentasse ser uma extensão natural da nossa interação terapêutica.
Continuação do texto:
http://www.metaforas.com.br/search/artmetafter.htm
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