domingo, 6 de abril de 2008

A Bola de Ouro

O poema que se segue já foi publicado neste blogue a 19 de Maio de 2005. Publico-o novamente neste domingo de manhã cedo eem que o sol entra pela minha janela e é tão forte neste momento que quase não consigo ler no ecrã o que estou escrevendo.
Lembrei-me dele no seguimento duma contribuição da Isa.
Um bom domingo para todos!


Pelo amor que meu pai me deu,
Nada dei.
Em criança, eu não soube avaliar o presente,
Homem feito, fiz-me duro como um homem.
Meu filho vai-se tornando adulto, amado com desvelo
Como nenhum outro, sempre no coração do pai.
Dou o que outrora recebi àquele
De quem eu não descendo e nada recebo em troca.
Quando ele se tornar homem e pensar como homem,
Seguirá, como eu, o seu próprio caminho.
Vê-lo-ei, sem nenhuma inveja,
Transmitir ao filho o amor que lhe entreguei.
Meu olhar segue o jogo da vida
Até as profundezas do tempo:
Cada qual arremessa, sorridente, a bola de ouro
E ninguém a devolve às mãos daquele
De quem ela partiu.

O equilíbrio entre o Dar e o Receber quando a reciprocidade é impossível em: "A Simetria Oculta do Amor" (Bert Hellinger)

1 comentário:

Isabel Perry disse...

Neste Domingo de Sol a tua Bola de Ouro tocou-me mais uma vez nas mãos e eu senti… A SORTE!:-)

Isa