terça-feira, 24 de junho de 2008

Atravessar a tábua

Assisti com alguma emoção, confesso, ao atravessamento destas tábuas todas. Parabéns!

Congratulo-me com o vosso sucesso; primeiro, porque ver o brilho dos outros me comove sempre; é uma paisagem bonita de cortar o fôlego, não importando se são desconhecidos ou se fazem ou não parte das nossas vidas. Depois, porque relembro o meu.

Atravessar esta tábua há quase dois anos atrás, permitiu-me atravessar muitas outras, entretanto. Muito diferentes, mas que eu, por isto ou por aquilo, não julgava possível, ou fácil, ou sequer... dentro do que eu merecia.

Atravessar esta tábua fez-me estar disponível finalmente, para atravessar outras e julgar-me à altura de o fazer. Ao contrário do que defendem os livros de auto-ajuda, acho que há uma enorme distância entre o "querer" e o poder.

O poema da Marianne Williamson, " A return to love" (1992), explica tudo:

"Nosso medo mais profundo não é o de não sermos bons o suficiente. O nosso medo mais profundo é o de sermos poderosos além das medidas. É a nossa luz, e não a nossa escuridão, o que mais tememos. Por isso nos perguntamos: Quem somos para nos considerarmos brilhantes, maravilhosos, talentosos, fabulosos? Nós somos crianças de Deus. A nossa falsa humildade não vai servir o mundo. Não há nada de iluminado nesse encolher-se para que outros não se sintam inseguros à nossa volta. Estamos todos aqui para irradiar como fazem as crianças e a medida em que deixamos a nossa luz brilhar, inconscientemente damos aos outros permissão para que brilhem também. A medida que nos liberamos do nosso próprio medo, a nossa presença, automaticamente libera outros para que façam o mesmo."

Estou absolutamente convencida que esta é uma experiência marcante; aconselho-a a todos.

5 comentários:

Anónimo disse...

«........mini-spam........»
'Guerra' aos Bandalhos Éticos
[Separatismo na Europa]

---> Não sejam uns IMBECIS: a luta pela sobrevivência não se faz com discursos de cidadão infantil (vulgo discursos de bebé-chorão)!
---> A luta pela sobrevivência é [sempre foi] uma coisa difícil e complicada!
---> De facto, a luta pela sobrevivência implica uma declaração de guerra contra os inimigos!

---> Para que os nativos europeus, no futuro, possam ter o SEU espaço no planeta há que declarar 'guerra' (leia-se SEPARATISMO) aos Bandalhos Éticos (vulgo Bandalhos Brancos).

---> Ora, como NUNCA conseguiram construir uma sociedade sustentável (ou seja, uma sociedade dotada da capacidade da capacidade dotada da capacidade de renovação demográfica) sem à custa da repressão dos direitos das mulheres (mulheres tratadas com úteros ambulantes), hoje em dia, como seria de esperar, os Bandalhos Éticos (vulgo Bandalhos Brancos) pretendem infiltrar-se (fora e dentro da Europa) no seio de outros povos... consequentemente... os Bandalhos Éticos são INTOLERANTES para com a existência de Reservas Naturais de Povos Nativos!


---»»» Pelo Direito à diferença:
TODOS DIFERENTES!!! TODOS IGUAIS!!!
--- Isto é, TODOS os Povos Nativos do Planeta Terra:
-> INCLUSIVE os de 'baixo rendimento demográfico' (reprodutivo)!!!...
-> INCLUSIVE os economicamente pouco rentáveis!!!...
devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no Planeta!!!

José Figueira disse...

Obrigado por esta fantástica reacção!
Ao olharmos à nossa volta, não é na verdade nada fácil manter um certo equilíbrio emocional.
Pessoalmente, ao contrário do que algumas vezes fiz no passado, não apelaria mais a pegar nas “armas”, pelo menos nas mesmas armas dos “adversários” intolerantes e isto já não falando da conotação psicológica que faço com o hino nacional português (às armas!). É que temo que seríamos derrotados pelas “polícias de choque” e pelos “exércitos tradicionais” em grande parte criadas para manter o “sistema” como ele é. Fora uma rara excepção, como o caso do Abril português (possivelmente considerado pelo autor do comentário como “sol de pouca dura”), é o que geralmente se tem visto por esse mundo com exércitos.
A vitória do direito de todos ao seu “espaço” é talvez, na verdade, uma das causas mais justas.
Pode parecer um lugar-comum, mas a questão que me ponho é esta: como se pode chegar lá sem nos tornarmos intolerantes também. É que não basta gritar “guerra”, embora no desespero, não saibamos como fazer doutra maneira.
Ora não me parece que haja uma resposta da PNL para estas questões. A nível micro e macro, esta é uma solução conhecida em PNL, o “reenquadramento de partes”:
- fazer com que os partidos se encontrem a um nível de abstracção em que há coincidência de valores;
- a partir daí voltar ao concreto para encontrar compromissos tipo ganho-ganho.
Se o “reenquadramento de partes” a nível individual produz prodígios, admito que socialmente seja mais problemático. Esta solução de conflitos é, muito possivelmente, na opção do nosso comentarista, e com certa razão, altamente reaccionária - uma forma enganadora (utilizada em grande parte tradicionalmente pelos sindicatos), para manter as coisas como elas estão.
E agora?
O que me resta, pelo que neste momento sei, é trabalhar no sentido duma maior consciência das estruturas que nos movem individual e socialmente (como aliás o está fazendo o nosso comentarista), ajudar a activar o indivíduo a reconhecer e pôr em acção ferramentas para uma participação cada vez mais activa no controle da sua própria vida, a tomada de responsabilidade pessoal pela sua actividade na sociedade e para que ele o faça duma maneira a mais ecológica possível.
E estou aberto a mais sugestões ecológicas!
José Figueira
jose.figueira@pnl-portugal.com

carla afonso disse...

Obrigada pelo seu feedback. Fiquei a pensar no que nos disse e não resisto a responder-lhe o seguinte:

Concordo consigo em absoluto, em quase tudo. "Todos diferentes todos iguais" parece-me bem. Nos direitos e nos deveres.

Todos deveríamos ter lugar no Planeta. Já agora, eu acrescentaria os animais todos e as plantas.

Como mulher, se eu me quisesse mesmo queixar, muito teria a dizer e olhe que tenho a noção de já viver no lado "mais fácil" do Planeta.

O que me parece é que o mundo está como está exactamente graças ao separatismo de que fala. Eu sou muito mais do lado do "Unionismo".

Não percebi sobretudo como é que o sucesso individual de cada um de nós, e as pequenas conquistas de quem se preocupa com a construção de um mundo melhor, (à sua própria mas não necessariamente pequena escala, claro) pode prejudicar ou atrasar esta sua tão urgente "luta" de classes e ser considerada uma "bandalheira ética".

Eu cá acredito no efeito "gota" e é nisso que invisto todo o meu potencial: "think globally, act locally".

Se atirarmos uma pedrinha para um lago, ela produz uma onda que movimenta as águas. Quando muitas pedrinhas forem lançadas ao mesmo tempo, todo o lago se movimentará.
Lanço as minhas pedras todos os dias, com o afã de uma formiga; faço-o com imensa alegria e determinação.

Acredito no efeito galvanizador que podemos ter. Critico cada vez menos, ajo cada vez mais. Estou a aprender a ser melhor!

Acho que se gasta demasiada energia na queixa e na crítica destrutiva e pouca ou nenhuma em sugestões concretas de melhoria seja para o que for. Vejo pouco engajamento político e social, mas muito barulho de luzes.

É claro que sou uma pessoa com muita "sorte". Na verdade, todos os dias digo a mim mesma que sou uma pessoa privilegiada: por muitas coisas claro, mas sobretudo porque no meu modelo do mundo, a vida já não é uma guerra e sim um desafio para o qual me apetece acordar todos os dias.

Ter atravessado a tábua de que se falava fez-me sentir que não só tinha esse direito, como excelentes condições para agir positivamente no meu lago; primeiro comigo, depois com os outros. Mas agir de facto.

Gostava de ser capaz de lhe traduzir as diferenças qualitativas que detecto. Em tudo. E em todos.

Garanto que é muito mais aliciante, mas uma responsabilidade maior.

"Como seres humanos, a nossa grandeza reside não tanto em sermos capazes de refazer o mundo… mas em sermos capazes de nos refazermos a nós mesmos." - Mahatma Gandhi

desejo que fique bem, mas mesmo bem.

José Figueira disse...

Interessante esta coisa de
"MAPAS DO MUNDO"!

Isabel Perry disse...

"Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem destrói o seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.
...
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da
chuva incessante, desistindo de uma pirueta antes de iniciá-la,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!"

Pablo Neruda