quinta-feira, 23 de julho de 2009

A PNL, ABORDAGENS

Ainda há muita gente que pensa que a PNL se resume em ter um objectivo, programar a mente e pronto, já está! Possivelmente foi lida muita ficção científica. Como se isso fosse possível! Aliás sempre falei mais em “desprogramar” que “programar” visto que muito possivelmente o grande problema por toda a parte, nos indivíduos, nas organizações e em toda a sociedade actual, são os programas disfuncionais. E a experiência mostra que “desprogramar” também não é tarefa nada fácil.

Costumo dar 5 tópicos que me parece definirem esta metodologia da comunicação connosco e com o outro, que é a Programação NeuroLinguística:


- A PNL é o “estudo da experiência subjectiva”, uma definição que já vem dos autores. É o estudo dos nossos processos internos que levam a estados, sensações, emoções, responsáveis pelo nosso comportamento num determinado contexto. Tem vindo a ser bastante acentuada a importância das crenças no nosso funcionamento. Na minha abordagem falo duma viagem pelas “matrioscas”.
- É um “conjunto de técnicas” que resultam do estudo das estruturas da nossa experiência subjectiva. O estudo das estruturas do funcionamento da mente fornece-nos modelos e ferramentas para agir de acordo com essas estruturas e não contra elas. As ferramentas são sustentadas por pressupostos básicos considerados essenciais para uma comunicação excelente.
- Dá-se ainda muita importância à “modelagem”, o estudo dos elementos essenciais de como as pessoas funcionam para produzir resultados. Considerada como a característica mais essencial da PNL para aprender competências a partir de pessoas excelentes. É baseada na capacidade que todos temos de espelhar interiormente o outro o que torna possível comunicarmo-nos.
- É uma “atitude na vida”. Em maior ou menor grau é dada atenção ao processo contínuo de autoconhecimento, a uma atitude de curiosidade, respeito para com os mais altos valores do ser humano, ecologia, contribuindo para um mundo melhor
- E é sobretudo um processo de “desenvolvimento pessoal”. Com base no autoconhecimento, uma viagem na direcção duma maior congruência interna. Eu chamo-lhe uma viagem “a caminho do cerne e a partir do cerne”. É um alinhamento entre comportamentos, competências, crenças e valores, a experiência individual do ‘ser’ e a vivência do todo que nos engloba. A espiritualidade, a relação do indivíduo com o “campo” que o ultrapassa e a transformação a partir do “campo” é, nos últimos dez anos, talvez o maior objecto de atenção no desenvolvimento da PNL.

Excesso de atenção consagrada ao ‘estudo da experiência subjectiva’ pode levar a teoria desprovida de consequências práticas. Demasiado acento nas ‘ferramentas’ leva à PNL aplicada às vezes com certa falta ecologia. ‘Modelagem’ de competências sem estar em harmonia com valores leva a incongruências. Extrema atenção na ‘atitude’ pode conduzir a exageros de comunicação, culpabilização ou até a espiritualidade sem raízes. Extrema concentração no desenvolvimento pessoal pode levar a ausência de acção e nalguns casos a esoterismos exagerados.

Pretendo nos meus cursos que todos estes pontos venham à tona duma forma equilibrada, embora o ponto de partida seja sempre o processo de autodescoberta do funcionamento, contradições e ciladas da mente. Uma viagem a caminho do cerne para vivenciar e agir, cada vez mais perto do cerne, de forma cada vez mais significativa para a pessoa.

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