segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Empurrão

A águia empurrou gentilmente seus filhotes para a beira do ninho.

O seu coração acelerou com emoções conflituosas, ao mesmo tempo em que sentiu a resistência dos filhotes a seus insistentes empurrões. Porquê a emoção de voar tem que começar com o medo de cair? - Pensou ela.

O ninho estava colocado bem no alto de um pico rochoso. Em baixo, somente o abismo e o ar para sustentar as asas dos filhotes. E se justamente agora isto não funcionar?

Apesar do medo, a águia sabia que aquele era o momento. Sua missão estava prestes a completar-se, restava ainda uma tarefa final, o empurrão.

A águia encheu-se de coragem. Enquanto os filhotes não descobrirem suas asas não haverá propósito para a sua vida.

Enquanto eles não aprenderem a voar não compreenderão o privilégio que é nascer águia. O empurrão era o melhor presente que ela podia oferecer-lhes. Era seu supremo acto de amor.

Então, um a um, ela os precipitou para o abismo. E eles voaram!

Às vezes, nas nossas vidas, as circunstâncias fazem o papel de águia. São elas que nos empurram para o abismo. E quem sabe, se não são elas, as próprias circunstâncias, que nos fazem descobrir que temos asas para voar.

Um abraço a todos e boa semana

AC


2 comentários:

amirandamota@hotmail.com disse...

Vamos a esse empurrão, José Figueira!
Confio em si para o Master!
Já que ninguém me empurra quero ver se consigo eu próprio dar-me o empurrão misericordioso...
Um abraço!
MM

Anónimo disse...

Lindo e verdade:)