Sente-se, simplesmente… sente-se.
Não é preciso fazer nada, não é preciso ir a lado nenhum. A gente pensa que é necessário estar ocupado, e que é preciso fazer coisas, e que é preciso alcançar coisas, para se ser alguém.
Não é preciso fazer nada para se ser alguém. O que somos já o somos desde nascença, e fizeram-nos crer, no decorrer da vida, que é preciso esforço, lutar para se ser alguém. Ensinaram-nos, então, que não somos nada, a não ser que façamos alguma coisa para SER. Este é o drama, o drama dos nossos pais, o nosso drama, o drama da sociedade em que vivemos. TER QUE SER!
Para quê? Para quem?
Foi imbuído em nós um sentimento de culpa, de pecado original - o mito do castigo e da imperfeição.
E uma PNL superficial e colaboradora, coopera nesse mito – é preciso que alcancemos sucesso e que nos tornemos excelentes, para finalmente alcançar o significado da vida!
Confessemos que, muitas vezes, isto cheira muito a Tretas!
Já Korzybski, que fornece, talvez, o maior fundamento da PNL, dizia, e muitos, há alguns mil anos antes dele, que o modelo que temos do mundo é uma pura ilusão, e que sentimos, e nos comportamos, a partir da ilusão.
A PNL dá-nos, talvez duma forma nova e adequada aos tempos, um vislumbre dos processos de funcionamento da mente e justificadores, como forma de explicação, do mantimento dessa ilusão: - os processos de generalização, omissão e distorção da informação, baseados nos filtros da história pessoal, constituídos por experiências que formam a base das nossas convicções, valores e traços psicológicos. Para além disso, e talvez a maior contribuição, é que se trata de processos inconscientes e que qualquer tentativa consciente para os modificar pode ter consequências adversas.
A partir daí, desenvolveram-se diversas técnicas de intervenção que têm, como fim, uma acção directa no inconsciente para transformação dos pensamentos, sensações e história pessoal, todas tendo como ponto de partida uma nova forma de lidarmos connosco – uma atitude de respeito, ecologia, atenção especial para as intenções positivas dos aspectos que, muitas vezes, consideramos não funcionais e indesejáveis.
Posto isto, qual é o princípio atrás de todos os princípios? Qual é a instrução atrás de todas as instruções… se tudo o que se descobre é “mapa”, se de tudo o que tenho consciência, é a ilusão duma realidade que nunca abarcarei?
Sente-se, simplesmente… sente-se e observe, sem julgamentos.
Não é preciso fazer nada, não é preciso ir a lado nenhum. A gente pensa que é necessário estar ocupado, e que é preciso fazer coisas, e que é preciso alcançar coisas, para se ser alguém.
Possivelmente não é preciso fazer nada para se ser alguém. O que somos, se calhar, já o somos desde nascença, e fizeram-nos crer, no decorrer da vida, que é preciso esforço, lutar para se ser alguém. Ensinaram-nos, então, que não somos nada, a não ser que façamos alguma coisa para SER.
Quem de direito fez e faz estas afirmações sobre Ser e Não-Ser?
J.F.
1 comentário:
ISTO que aqui escreveste tocou-me profundamente. Expressaste ideias em que já pensei muitas vezes.
Obrigada.
Isa
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