O Buda de Ouro

A imagem deste Buda foi esculpida durante o período Sukhothai, um dos períodos mais expressivos da Tailândia em arquitectura e artes budistas. Estava localizada num templo em Ayutthaya, antiga capital da Tailândia. Quando os birmaneses se preparavam para invadir e saquear o país, a população local resolveu cobri-la com uma mistura de cal, mármore em pó, gesso e areia fina, para disfarçá-la, e assim esconder o seu valor. Dois séculos depois, ainda toda coberta, era considerada de pouco valor... O Rei Rama III, que reinou de 1824 a 1851, ordenou a mudança da imagem para Bangkok e instalou-a num templo - Wat Phrayakrai - que, algum tempo depois, caiu no esquecimento e, finalmente, foi totalmente abandonado em 1931, permanecendo assim até 1955, quando a Companhia do Leste Asiático, com permissão do governo, tomou conta da área, o que equivalia à demolição do mosteiro para ceder espaço a uma estrada que atravessaria Bangkok.

Um grupo de monges, numa medida de urgência, precisou transferir o Buda para um novo local. Na mudança de um templo para o outro, para horror de todos, a estátua escorregou do guindaste, caiu e foi deixada na lama pelos trabalhadores. Nessa noite um monge foi ver de perto o enorme Buda. Através de uma rachadura na massa que a cobria, viu uma parte amarela brilhante. Resoluto, pegou num cinzel e martelo e começou a remover o barro da estátua. E à medida que derrubava fragmentos do mesmo, o brilho tornava-se ainda maior e mais forte.
Foram necessárias muitas horas de trabalho até que o monge, e as pessoas das redondezas, se deparassem com um colossal e extraordinário Buda de Ouro que estava, há muitos anos, envolto por uma densa camada de barro.