sábado, 1 de janeiro de 2011

Era uma vez um príncipe que todos os anos, por esta altura, fazia uma lista dos mesmos desejos. Até que, nas vésperas de Ano Novo, teve um sonho.
Sonhou que estava na presença de um mago. O mago disse-lhe que os seus desejos se tornam mais realizáveis se fizer um filme de si e dos seus desejos, com imagens reais, sons bem audíveis, sensações precisas, dizendo as palavras exactas que correspondem à sua realização com sucesso.
O mago diz-lhe que deverá decompor os desejos, se necessário, em blocos, de tal forma que a realização de cada bloco esteja sob o seu próprio controlo.
Ele aconselha considerar as consequências da realização dos desejos: as perdas e os ganhos. Se os ganhos forem muito superiores às perdas, tudo se torna mais fácil. De contrário, é melhor encontrar, primeiro, a maneira de realizar as perdas. Ou pode transformar o desejo de tal modo que não só os ganhos, mas até as perdas sejam realizadas. (São as perdas que estão na origem das sabotagens).
Em que acredita sobre si e sobre as suas capacidades que o impediram até agora de realizar os seus desejos, pergunta o mágico ao príncipe? O mago dirige-se ao mais íntimo de si e pergunta-lhe sobre as vantagens que tem tido em continuar a pensar assim, a acreditar na possível falta de capacidades? Em vez disso, em que precisa acreditar para poder realizar os seus desejos? Resumindo: o mago aconselha o príncipe a fazer uma lista das perdas no caso de continuar a acreditar nas limitações, e uma lista de ganhos ao acreditar nas suas possibilidades ilimitadas.
O mago diz-lhe para não se preocupar muito com a forma de realizar o que quer. É necessário sim, dar o primeiro passo, um passo bem pensado mas saindo do mais fundo de si, o passo que fará que não seja mais possível o retorno.
E, sobretudo, o mago diz ao príncipe que os sonhos só serão realizados quando estiver em estado de dizer um definitivo “basta” àquilo que o vem apoquentando (há anos).
O mago chama-lhe a atenção para uma coisa muito simples: o sucesso na realização dos seus desejos está em relação directa em como eles se enquadram num objectivo maior da sua vida, em última análise, com aquilo que sente como sendo a sua realização pessoal última, o significado de vida. E torna-se ainda mais motivador se os objectivos realizados contribuírem, na medida do possível, para um mundo mais justo, aprazível, ecológico…
E muito provavelmente esse momento não é agora. Pode ser dentro de alguns minutos, na próxima semana, no próximo mês, é no momento em que vai chegar a hora. Sabendo que quanto mais se adia, menos fácil se pode tornar agora.
E nessa altura o príncipe acordou.

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