Labirinto (Quinta da Enxara) |
Só ontem, ao fazer o mesmo passeio no “Labirinto” na Quinta da Enxara, percebi o que os holandeses faziam naquela noite do meu passado. O processo é simples: estabeleça um objectivo, faça uma pergunta, tenha uma intenção, coloque um problema, e faça o trajecto no labirinto, com atenção plena no movimento, seguindo a sua intuição até chegar ao centro, que representa aqui o seu “centro” pessoal. Pare então e deixe que surjam naturalmente em si respostas na forma de imagens, sons, palavras, sensações no corpo. Não tente compreender grande coisa, deixe-se envolver naquilo que surgir. Depois, levando essa sensação consigo, faça todo o trajecto de volta.
Não só percebi o que os holandeses faziam, encontrei aqui um processo que nem sequer precisa ser modelado. Despido de todo o esoterismo e construções metafísicas que lhe possam atribuir, o “Labirinto” é a estrutura de inúmeras técnicas da PNL.
Se não vejamos, por exemplo, a “Transformação da História Pessoal”. Faz-se um trajecto à infância como sendo o centro a partir do qual toda a nossa vida é influenciada, colocam-se lá recursos e faz-se o trajecto de volta com esses recursos.
A resolução de problemas de ordem comportamental ou emocional, no modelo das “Partes”, é feita através de um caminho que nos leva ao nosso centro, às intenções atrás de todas as intenções, e daí um trajecto de volta, trazendo a intenção positiva que ressignifica a situação problemática inicial.
Ainda mais evidente é a “Transformação Essencial” em que é feito um trajecto mental até se chegar ao significado último que se manifesta como recurso espiritual e trazemos, no processo de transformação, esse recurso de volta ao ponto de partida.
Flagrante é a técnica de “Alinhamento dos Níveis Neurológicos”. Também aqui se faz, de forma ainda mais explícita, uma viagem ao nível lógico mais elevado em nós, a Espiritualidade, e no caminho de volta traz-se essa sensação última de missão connosco, para reorganizar os níveis inferiores (identidade, valores, convicções, competências, comportamentos).
O “Labirinto”, despido de qualquer característica new age que lhe dêem, poderia assim, sem mais nem menos, ser empregue pois como técnica em PNL. Pressupõe a existência de níveis lógicos superiores de recursos inconscientes a que podemos aceder e trazê-los à superfície para a transformação da nossa vida. A compreensão destas coisas têm-me sido muito favorecida pelos estudos e experiências obtidas através da pragmagia (a modelagem de rituais em PNL) e pelo Panorama Social de que o Panorama Espiritual faz parte.
1 comentário:
O fio de Ariadne
:: Graziella Marraccini ::
A mitologia grega conta que Teseu, um jovem herói ateniense, filho de Egeu, rei de Atenas, após ter regressado vitorioso de uma longa viagem, resolve ser incluído no grupo de sete rapazes e sete moças que eram sacrificados anualmente ao monstro Minotauro, (meio touro e meio homem) que morava num labirinto construído pelo rei Minos na ilha de Creta. Este sacrifício era o castigo que Minos havia impingido a Atenas após a morte de seu filho único e herdeiro ocorrido misteriosamente naquela cidade. Teseu prometeu ao pai que mataria o Minotauro e voltaria vitorioso para Atenas. Ao chegar no palácio de Minos, Teseu conheceu a bela Ariadne, filha do rei, e se apaixonou perdidamente. Ariadne em vão tentou persuadi-lo a fugir para escapar da terrível morte que o esperava certamente no perigoso labirinto. Não conseguindo, deu a Teseu um novelo de fio de ouro explicando-lhe para desenrolá-lo ao entrar no labirinto. Desta maneira, após ter matado o monstro, ele poderia encontrar facilmente o caminho de volta e não se perderia como muitos haviam feito antes dele. O terrível Minotauro devorava a cada ano sete rapazes e sete moças aplacando desta feita sua ira, mas acabou sendo derrotado pelo esperto Teseu que cegou o monstro atirando areia em seus olhos e depois o golpeou mortalmente. Teseu ainda cortou um punhado dos cabelos do monstro e retomou o caminho de volta, seguindo o fio de ouro que Ariadne lhe havia dado. Ao chegar ao palácio entregou o cabelo ao rei que perdoou Atenas pela divida e também entregou-lhe Ariadne que, apaixonada, seguiu o herói até uma ilha onde foi, por este, posteriormente abandonada. Mas essa é outra história...
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