segunda-feira, 7 de março de 2011

Uma visão pnliana da Commedia dell Arte

As personagens da Commedia dell Arte são metáforas universais. Âncoras que despertam em nós estados e tipos de comportamento. São arquétipos, e como arquétipos, reconhecíveis, porque fazem parte de nós. Cada um de nós tem em si o esperto, o fanfarrão, o idealista romântico, o conservador, o astuto, o anárquico. Em PNL chamamos-lhes “partes” e cada parte possui a sua própria fisiologia, um determinado vestuário, uma tonalidade própria e um sistema de crenças e valores. Para além disso definem tipos psicológicos com os seus respectivos meta-programas: um mais introverto, outro extrovertido, um calculista, outro esbanjador, um mais frio, outro mais afectivo. Se vivenciamos as indecisões e entendemos Colombina, é porque, também em nós, há dualidade.
E cada um dos personagens tem as suas qualidades. Qual é a vantagem do esperto, e do idealista, e do avarento? Qualquer deles, no seu aspecto funcional, preenche tarefas indispensáveis. Temos muito a tendência a desenvolver uma identidade em detrimento da outra. Isso limita-nos.

Um exercício interessante seria

1. fazer uma visualização que criasse um novo personagem que fosse uma mistura das qualidades dos personagens da Commedia dell Arte;
2. Em seguida, nos associássemos a essa personagem, quer dizer, passássemos à "2ª posição perceptiva";
3. Depois, dissociados, analisássemos quais as objecções que poderiam surgir a partir da adopção desta nova identidade, chamado o "controlo ecológico";
4. Fizéssemos, na nova personagem, as correcções necessárias até estarmos seguros que tudo estava em ordem e depois transformássemos essa nova identidade na nossa auto-imagem;
5. Acabaríamos com um teste final que consistisse em observar este novo nós em diversos contextos e fizéssemos um inventário das nossas novas possibilidades, o que se chama um "future pace";
6. Consolidaríamos este novo potencial, repetindo o ponto 5 nas próximas semanas.

Quem arrisca?

1 comentário:

psijur disse...

Eu!
Eu arrisco, Zé!
Parabéns pela forma singela; tão cultural, abrangente e sempre claramente prática como ensinas coisas simples, é certo, mas que nem sempre são percebidas com suficiente evidência por aqueles que estudam PNL e muito menos pelos que não tiveram ainda tal privilégio...
Um abraço,
António