Do oitavo practitioner: uma reacção da Teresa Mota

Perguntei ao meu inconsciente se aceitaria falar comigo sobre o curso de PNL.
Pareceu ter ficado agradado com a proposta.
- Finalmente resolveste aprender a minha linguagem – disse ele – depois de tantos anos a aproveitares-te dos meus recursos e das minhas estratégias sem nunca te interessares suficientemente por mim.
Tentei justificar-me, o trabalho, a família, os amigos…
- Ainda bem que falas de amigos - interrompeu-me ele – porque agora já sabes como reconhecer os teus verdadeiros amigos.
A conversa estava a ficar realmente interessante:
- Já há muito tempo que penso nisso.
- É esse o teu mal, pensar. A partir de hoje não percas tempo e pergunta-me directamente, porque a resposta é muito fácil: teus amigos são aqueles que estão dispostos a aceitar-te a ti e a mim. Podem ser simpáticos ou não, estarem perto ou longe, podes vê-los todos os dias ou apenas uma vez na vida, porque nada disso é importante. Olha, vem comigo, vamos fazer uma viagem no tempo. Vais ver como tudo se torna mais claro.
Aceitei subir com ele, num balão de vento, e quando já estávamos razoavelmente alto, olhei para a minha vida. Procurei os meus amigos e encontrei grandes amizades e muitas outras pessoas que não me diziam nada. E sem que me desse conta da passagem do tempo, vi-me aqui nesta sala, ao final do dia, despedindo-me do meu professor José Figueira e dos meus companheiros Aníbal, Cristina, Luzia, Ana e Isabel.
- Inconsciente, por favor, leva-me mais para cima, que estou com vontade de chorar.
Mas logo depois, apesar das lágrimas a correrem pela face, disse-lhe aflita:
- Não, espera, eles estão quase a ir-se embora e ainda não sabem o teu nome. Como é que depois nos poderão encontrar? Inconsciente diz-me, como queres ser chamado?
E o inconsciente respondeu:
- Coração.

Até sempre.
Teresa
Rua Senhora do Monte, 4 de Julho de 2004