segunda-feira, 19 de julho de 2004

Era uma vez

Era uma vez um velho rico e abastado que ao sentir que o fim da vida se aproximava, chamou os familiares e empregados mais próximos. Chamou também um notário para testamentar as suas últimas vontades. Depois de distribuir todo o seu património fez questão de reservar 7 milhões de euros para de forma aleatória através de uma lista telefónica escolher entre 7 pessoas desconhecidas e dar 1 milhão a cada um escolhidos com o dedo indicador do velho.
O primeiro era bancário, o segundo padre, o terceiro prostituta, o quarto vendedor de automóveis, o quinto médica, o sexto era actor e o sétimo era um vigarista.
O giro é contar-vos o que aconteceu a cada um destas personagens.
 
O bancário, quando recebeu a notícia, com o cheque de 1 milhão nas mãos deu um salto e disse: “Ah, amanhã quando chegar ao banco, aquele meu chefe vai ver quem eu sou”. Normalmente chegava de mansinho à porta do gabinete em vidro martelado e dava três pancadinhas muito suaves e perguntava sem ousar levantar os olhos do chão: “Dá-me licença de entrar?” E aquele chefe sempre mal disposto, atendendo dois telefones ao mesmo tempo vociferava e dizia-me: “Que é que você quer sua avécula?””Julga que não tenho mais nada para fazer do que estar aqui de perna aberta para o aturar?”
Ah, amanha, vais vê-las, dizia o bancário.
Chegado ao Banco com um fato a estrear, gravata nova, camisa nova e sapatos a brilhar irrompe pelo gabinete do chefe e grita sem deixa-lo dizer uma palavra: “Você é uma besta, ouviu?” “Nunca mais me volta a humilhar, ouviu sua avécula e quando se cruzar comigo na rua mude de passeio e nem pense em me cumprimentar, seu pedaço de asno”.
 
O padre quando soube da notícia, ajoelhou-se, benzeu-se três vezes, olhou para o céu, sentiu-se comovido e caiu, fulminado no chão com um ataque cardíaco.
 
A prostituta nem queria acreditar. Chamou as colegas todas, fez uma festa na rua até às tantas regada a champanhe bruto, comprou uma grande limousine cor-de-rosa e partiu para outra cidade para organizar a sua nova vida.
 
O vendedor de automóveis, foi directo ao casino e eufórico, deixou logo lá metade do cheque. Ao chegar a casa a esposa disse-lhe:”Podias dar-me metade” e ele deu. Distribui também parte pelos três filhos que tinha e olhou para o sobrante e disse: “Parecia tanto e afinal tenho que continuar a trabalhar”.
 
A médica ficou desconfiada. Pensou que era para os apanhados, mas quando se convenceu ficou histérica e começou aos gritos dentro do apartamento. Abriu as janelas e gritava: “Estou rica, estou rica”. Ligou à sua melhor amiga e partiram num cruzeiro às Caraíbas.
 
O actor expressou “vem mesmo a calhar”, mas vou ficar calado que nem um rato e viveu a vida toda encenando dificuldades financeiras e morreu rico.
 
 
O vigarista nem queria acreditar. Sempre cheio de dívidas. Sempre a fugir, sempre a contar filmes, sempre a enganar os incautos. Sai à rua com o cheque na mão e quando vê o primeiro amigo diz:”É pá, estou rico” ao que o amigo retorqui “Não comeces, já conheço essa história” “Fica com o cheque” e foi-se embora. De seguida entra no banco onde tinha sempre a conta devedora e diz ao empregado “Acabaram os meus
problemas” “Quero depositar este cheque e levantar mil euros”. O empregado olhou para o cheque e disse-lhe sorrindo:”está bem, mas primeiro vá levantar o cheque em dinheiro e venha cá depositá-lo”. O vigarista nem queria acreditar. Entrou num restaurante e disse “Quero comer e beber de tudo a que tenho direito” e o empregado acompanhado de dois seguranças expulsaram-no. Chegou a hora de dormir e ao passar por um albergue de sem abrigos disse “Olhe eu tenho aqui um cheque de 1 milhao de euros” e o funcionário disse-lhe “Está bem, você quer é dormir, entre e acomode-se”. O vigarista tira o cheque de dá funcionário para ele o guardar. Este olhou para o cheque, voltou a olhar e foi depositá-lo debaixo de uma vela que estava ao lado da cama do vigarista. Durante a noite a cera foi escorregando e fervendo começou por queimar o cheque e este ardeu.
De manhã o vigarista acorda, não vê o funcionário e diz:” Pela primeira vez fui vigarizado, fui vigarizado” e pensou…”mas para quê me interessa ser rico se ninguém acredita em mim?”

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