terça-feira, 12 de abril de 2005

Treinadores de cachorros

Os cachorros aprendem melhor e mais rapidamente que algumas pessoas. Especialmente um que eu tive. Tive o cão mais esperto que se possa imagi­nar. Se eu tivesse aprendizes de PNL como ele, tudo seria mais fácil.
Um dia descobri que trabalhava para meu cachorro. Eu voltava para casa depois de ensinar o dia inteiro. Havia dirigido durante duas horas para chegar em casa. Ao abrir a porta de entrada, meu cachorro estava esparramado no sofá vendo televisão. Olhei para ele e para minha maleta de mão e pensei: "Alguma coisa não está certa aqui." Ele me olhou e disse: "Ei Rich, você não gostaria de ir até a cozinha e me arrumar um pouco de comida? Estou com fome." Depois que comeu, pediu-me que ­levantasse e abrisse a porta para sair. Pensei: "Que é isso? Estou traba­lhando para um cachorro?" A palavra me surpreendeu. Quantos aqui têm cachorro? Vocês trabalham para ele ou não? Vocês vão para o trabalho. Eles ficam em casa e assistem a televisão o dia inteiro.
Pus meu cão para trabalhar. Ensinei-o a treinar pessoas. É uma boa técnica. Eu tinha um pastor alemão e costumava trazê-lo para as sessões. Alguns clientes não faziam o que eu queria, bastava então dar um sinal e ele rosnava para a pessoa. O cliente tornava-se muito cooperativo. Eu falava: "Entre em transe." O cachorro fazia: "Rôô&ôhhh!" Ele fechava os olhos imediatamente.
Algumas pessoas que trabalham com hipnose fazem coisas que acho totalmente ridículas. Elas participam da guerra de fechamento dos olhos. Ficam quarenta e cinco minutos tentando que a pessoa feche os olhos. Parece uma perda de tempo tão grande quando você pode chegar e dizer: "Por favor, feche os olhos." Faça coisas mais úteis.

Richard Bandler
no capítulo "Dicas do Manual Perdido" em "Hora de Mudar",
Time for a change (1993) by Meta Publications

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