quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

DORMIR ENQUANTO OS VENTOS SOPRAM

Alguns anos atrás, um fazendeiro possuía terras ao longo do litoral do Atlântico.
Constantemente anunciava estar precisando de empregados. A maioria de pessoas estavam pouco dispostas a trabalhar em fazendas ao longo do Atlântico. Temiam as horrorosas tempestades que varriam aquela região fazendo estragos nas construções e nas plantações. Procurando por novos empregados recebeu muitas recusas. Finalmente, um homem baixo e magro, de meia-idade, aproximou-se do fazendeiro.
- Você é um bom lavrador? perguntou o fazendeiro.
- Bem, posso dormir enquanto os ventos sopram, respondeu o pequeno homem.
Embora confuso com a resposta, o fazendeiro, desesperado por ajuda, empregou-o. O pequeno homem trabalhou bem ao redor da fazenda, mantendo-se ocupado do alvorecer até o anoitecer e o fazendeiro estava satisfeito com o trabalho dele.
Então, uma noite, o vento uivou ruidosamente. O fazendeiro pulou da cama, agarrou num lampião e correu até ao alojamento dos empregados. Sacudiu o pequeno homem e gritou:
- Levanta-te! Uma tempestade está a chegar! Amarra as coisas antes que sejam arrastadas!
O pequeno homem virou-se na cama e disse firmemente:
- Não senhor. Eu disse-lhe, posso dormir enquanto os ventos sopram.
Enfurecido pela resposta, o fazendeiro estava tentado a despedi-lo imediatamente. Em vez disso, apressou-se a sair e a preparar o terreno para a tempestade. Do empregado, trataria depois.
Mas, para seu assombro, descobriu que todos os montes de feno tinham sido cobertos com lonas firmemente presas ao solo. As vacas estavam bem protegidas no celeiro, os frangos nos viveiros, e todas as portas muito bem trancadas. As janelas bem fechadas e seguras. Tudo foi amarrado.
Nada poderia ser arrastado.
O fazendeiro então entendeu o que seu empregado quis dizer, então voltou para a sua cama para também dormir enquanto o vento soprava.

(autor desconhecido, publicado pela Golfinho)

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