Um livro muito simples de auto-ajuda para o público em geral, do co-fundador da PNL onde, mais uma vez, Bandler expõe os seus princípio básicos: não interessa o porquê dos problemas em que os psicólogos e psiquiatras muitas vezes se concentram, basta construir boas imagens na cabeça e as pessoas terão boas sensações.
A ferramenta básica utilizada em todo o livro, com inúmeras variações, faz uso das submodalidades. No fundo, todo o livro gira à volta do “mapping across”: leve as submodalidades duma memória positiva para uma considerada problemática e, problema resolvido. É impressionante como Bandler consegue escrever um livro com, praticamente, uma única técnica - a flexibilidade no seu uso, as explicações e as histórias com que ilustra as diversas variações, embora algumas histórias tenham muitos anos.
No capítulo “superar qualquer coisa” trata do que é mau, de más sugestões, más recordações, maus relacionamentos, más decisões, medos e fobias. A transformação pode ser muito rápida, embora, claro, páginas mais à frente aconselhe que se repita o exercício mais vezes. Em “passar por qualquer coisa”, trata de hábitos, compulsões, testes, exames, entrevistas, obrigações. Por fim, no capítulo “chegar onde quiser”, trata de tarefas importantes (como lidar com impostos e estudos), divertimento, amor, conhecer pessoas, exercício físico, ser mais organizado e ganhar mais dinheiro.
Não se trata de um livro de estudo sobre PNL, nem me parece que seja essa a intenção. Na medida em que continua a não existir praticamente nada sobre PNL em Portugal (exceptuando a introdução de Anthony Robbins, Poder sem Limites, da Pergaminho), acho que é bom dizer-se que este livro não dá, nem de longe, uma ideia da riqueza da PNL. Aliás, no final do livro, sugere-se que o selo do senhor Richard Bandler é a garantia de qualidade para seminários de Programação NeuroLinguística. Mas há por todo o mundo Associações credíveis, e se a PNL é o que é, e tem a variedade e riqueza que tem, deve-se a grandes nomes que, após a zanga entre os fundadores Bandler e Grinder, têm desenvolvido o que eles criaram.
De resto, é um livro fácil de ler, que pode, se calhar, ajudar algumas pessoas a resolver pequenos problemas. Não consigo acreditar que, alguns dos casos apontados por Bandler, tenham sido tratados unicamente com as técnicas que ele apresenta neste livro. E, quando lido com atenção, revela-se no texto uma mente brilhante, com um sentido de humor formidável e uma experiência que exige, na verdade, todo o respeito.
JOSÉ FIGUEIRA
Tenha Agora a Vida Que Quer - Transforme a sua vida de forma rápida e duradoura
Richard Bandler
Editora: Lua de Papel
ISBN 9789892306902 168 págs
JOSÉ FIGUEIRA
Tenha Agora a Vida Que Quer - Transforme a sua vida de forma rápida e duradoura
Richard Bandler
Editora: Lua de Papel
ISBN 9789892306902 168 págs
4 comentários:
obrigada pela partilha... deixo aqui uma questão. Bandler sugere o que fazer para libertar as emoções associadas às más imagens e maus pensamentos?
Obrigada...
O problema é, parece-me, justamente, o que o Dani aponta. Há muita resolução ao nível do pensamento/comportamento. É um nível neurológico muito baixo, no modelo dos níveis (neuro)lógicos de comunicação. Muito pouca atenção, para a natureza das convicções, para o nível dos valores, da identidade e da espiritualidade.
O que me parece fundamental é, pois, a falta de atenção sistemática para as emoções subjacentes, os significados, intenções positivas, ganhos secundários e ecologia e, como estes aspectos, inevitavelmente, terão que ser tomados em conta na formulação dos novos objectivos de vida, se queremos menos stress e transformações duradoiras.
Isto é tão grave, e torna o trabalho tão arcaico, que me leva a perguntar a mim mesmo: o que é que eu não estou a ver? Embora eu sinta, nas entrelinhas, que Bandler está absolutamente consciente disso, claro.
Obrigado pela pergunta. E espero que mais gente se meta a comentar!
Me desculpa viu, isso o que diz é mesmo complicado a bessa!?
O que me parece fundamental é, pois, a falta de atenção sistemática para as emoções subjacentes, os significados, intenções positivas, ganhos secundários e ecologia e, como estes aspectos, inevitavelmente, terão que ser tomados em conta na formulação dos novos objectivos de vida, se queremos menos stress e transformações duradoiras.
Isto é tão grave, e torna o trabalho tão arcaico, que me leva a perguntar a mim mesmo: o que é que eu não estou a ver?
Olá pessoal! Não há nada de muito complicado, no meu entendimento a Dani observa sobre um ponto específico da PNL, que por sinal não se resume somente a essa metodologia de transposição; e O José Figueira, ao que me parece, tem um olhar de Coach, que fala de forma mais abrangente sobre a sistemática que envolve na formulação de novos objetivos. Os dois pontos é o que compõe Coaching com PNL.
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