quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Sobre a velhice

Há uns anos atrás, lembro-me que Sana (uma atrativa loira holandesa), uma miúda de uns trinta e cinco que não conseguia arranjar um namorado (o tal que lhe desse, por transferência psíquica, o que o pai nunca lhe deu), me consultou desesperada. Ela só via o seu futuro como que envolta em solidão, carcomida, desdentada, friorenta, carunchosa… só faltava dizer-me que se sentia já moribunda e abandonada, num deserto povoado de abutres…

Não é fácil, para quem está em tal situação, perceber o que está concretamente fazendo com a sua vida. Não há inevitavelmente um futuro catastrófico. O futuro catastrófico é precisamente o resultado do futuro que AGORA está a instalar na sua mente!

Em PNL há ferramentas sofisticadas para lidar com tais situações. Muitas vezes, e como prefiro, é simplesmente seguir com o cliente o caminho da auto descoberta. Que o cliente perceba o resultado inevitável das crenças: - que as crenças são construções pessoais, e que tal como construímos A, também estamos em estado de construir B; e que ninguém o faz por nós – nesse sentido estamos absolutamente sozinhos, dependentes das nossas próprias construções mentais, sejam automáticas e inconscientes ou intencionais!

E então, inesperadamente, ao abrir o computador, numa manhã no Estoril, em que o nevoeiro acaba de se dissipar e o sol se esforça por nascer, leio uma mensagem da Sana:
- Já tenho um futuro muito colorido e cheio de aventuras para a minha velhice!

Só me restou responder:
- A “velhice” é uma coisa que só existe para quem nunca conseguiu ser jovem!
E acrescentei:
- Sana, certamente que tens um futuro colorido! Só não tem um futuro colorido quem conseguiu a proeza de nunca ter colorido a vida! E contigo…tu já encheste muitas paletas de cor e luz. Lembra-te disso, traz essas recordações para o presente, e continua…

Sem comentários: